Overview – 30.05.25

PRINCIPAIS DESTAQUES
PIB do Brasil cresce 1,4% no 1º trimestre de 2025, impulsionado pela agropecuária;
IPCA-15 sobe 0,36% em maio, com destaque para Vestuário e Saúde;
Taxa de desemprego recua para 6,6%, menor nível histórico para o período;
Inflação medida pelo PCE nos EUA desacelera para 2,1% em 12 meses, abaixo da expectativa de mercado;
Ata do Fomc reforça postura de cautela diante de incertezas econômicas e impactos tarifários;
Lucro industrial da China cresce 3,0% em abril, acelerando frente ao mês anterior.

UM OLHO NO BRASIL
PIB do 1º Trimestre de 2025 avança 1,4%. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao trimestre anterior, conforme divulgado pelo IBGE nesta sexta-feira (30). Na comparação anual, o crescimento foi de 2,9%. O desempenho foi impulsionado principalmente pela agropecuária, que registrou alta de 12,2%, devido a uma safra recorde de grãos, especialmente soja e milho. O setor de serviços cresceu 0,3%, enquanto a indústria teve uma leve queda de 0,1%.

IPCA-15 sobe 0,36% em maio. O IPCA-15 subiu 0,36% em maio, desacelerando após alta de 0,43% em abril, segundo dados publicados pelo IBGE nesta terça-feira (27). O índice acumula alta de 2,80% no ano e de 5,40% em 12 meses. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete registraram alta em seus preços, com destaque para Vestuário (0,92%), Saúde e cuidados pessoais (0,91%) e Habitação (0,67%). Já os grupos Transportes (-0,29%) e Artigos de residência (-0,07%) apresentaram variação negativa. As demais variações ficaram entre 0,09% de Educação e 0,50% de Despesas pessoais.

Taxa de desemprego recua para 6,6% no trimestre encerrado em abril. Segundo dados divulgados pelo IBGE na quarta-feira (28), a taxa de desocupação no Brasil foi de 6,6% no trimestre móvel até abril de 2025, mantendo estabilidade em relação ao trimestre anterior (6,5%) e registrando o menor patamar da série histórica para o período. Em números absolutos, o país contabilizou 7,3 milhões de pessoas desocupadas, uma queda de 11,5% na comparação anual. A população ocupada somou 103,3 milhões de pessoas, crescimento de 2,4% em relação ao mesmo trimestre de 2024. O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado alcançou um recorde de 39,6 milhões, alta de 3,8% em 12 meses. O rendimento médio real habitual ficou em R$ 3.426, avanço de 3,2% na comparação anual. A massa de rendimento real habitual, por sua vez, totalizou R$ 349,4 bilhões, atingindo novo recorde histórico, com crescimento de 5,9% frente ao mesmo período do ano anterior.

Investimento estrangeiro registra ingresso de US$ 5,491 bilhões em abril. O Brasil registrou um ingresso líquido de US$ 5,491 bilhões em Investimento Direto no País (IDP) em abril de 2025, segundo dados divulgados pelo Banco Central. Desse montante, US$ 4,1 bilhões foram destinados a participações no capital, enquanto US$ 1,4 bilhão corresponderam a operações intercompanhia. Com este resultado, o acumulado do ano alcançou US$ 27,282 bilhões, aproximando-se da projeção de US$ 70 bilhões para 2025.

Confiança do consumidor avança pelo terceiro mês consecutivo. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), calculado pela FGV, subiu 1,9 ponto em maio e atingiu 86,7 pontos, registrando a terceira alta mensal consecutiva e uma recuperação de aproximadamente 30% das perdas acumuladas entre dezembro de 2024 e fevereiro deste ano. A melhora foi puxada principalmente pela avaliação da situação presente: o Índice de Situação Atual (ISA) avançou 2,9 pontos, para 84,0, com destaque para a percepção sobre a situação financeira atual das famílias, que cresceu 4,0 pontos, para 74,6, e para a avaliação da situação econômica local, que subiu 1,8 ponto, alcançando 93,7. O Índice de Expectativas também teve alta de 1,0 ponto, chegando a 89,1, com o indicador de situação financeira futura avançando 1,6 ponto e o de situação econômica local futura subindo 2,1 pontos, atingindo 104,1 — mantendo-se acima da linha de 100 pontos pelo segundo mês seguido. Apesar disso, a intenção de compra de bens duráveis recuou 0,7 ponto, para 77,2, indicando persistente cautela do consumidor. O aumento da confiança foi disseminado entre todas as faixas de renda, com destaque para a classe de R$ 4.800 a R$ 9.600, que apresentou alta de 3,0 pontos, e para a faixa de até R$ 2.100, que interrompeu uma sequência de cinco quedas seguidas com um leve aumento de 0,9 ponto.

Governo central registra superávit primário de R$ 17,8 bilhões em abril. Em abril de 2025, o governo central brasileiro apresentou um superávit primário de R$ 17,8 bilhões, superando as expectativas do mercado, que previam R$ 15,9 bilhões. Esse resultado representa um aumento em relação ao superávit de R$ 11,6 bilhões registrado em abril de 2024. O desempenho foi impulsionado por um aumento na arrecadação de impostos e receitas de dividendos, além de receitas provenientes da exploração de recursos naturais, especialmente petróleo. No acumulado do ano até abril, o superávit primário soma R$ 72,4 bilhões, mais que o dobro dos R$ 31,8 bilhões registrados no mesmo período do ano anterior. Esse resultado também foi favorecido pelo adiamento estratégico de pagamentos judiciais obrigatórios, que neste ano foram postergados para o segundo semestre, diferentemente de 2024, quando ocorreram no primeiro semestre. Apesar de um déficit primário acumulado de R$ 5,3 bilhões nos últimos 12 meses (equivalente a 0,02% do PIB), o Tesouro Nacional expressou otimismo quanto à possibilidade de registrar um superávit no acumulado de 12 meses em maio. A meta fiscal do governo para 2025 é de déficit primário zero, com uma margem de tolerância que permite um déficit de até R$ 31 bilhões (0,25% do PIB), ainda em conformidade com as regras fiscais estabelecidas.

OUTRO NO MUNDO
Inflação medida pelo PCE sobe 0,1% em abril, indo a 2,1% em 12 meses. Segundo divulgado pelo Bureau of Economic Analysis (BEA) nesta sexta-feira (30), o índice de preços (PCE) dos Estados Unidos subiu 0,1% em abril após ficar estável em março. Em 12 meses, o índice foi a 2,1%, abaixo da taxa de 2,3% em março, mas ainda acima da meta de 2% perseguida pelo Federal Reserve (Fed). O núcleo da inflação, que exclui os componentes voláteis de alimentos e energia, também subiu 0,1% em abril, repetindo a variação de março. Já no acumulado de 12 meses, a alta foi a 2,5%, abaixo da variação de 2,7% do mês anterior. Os resultados diferem das expectativas do mercado, que esperava estabilidade nos preços no mês e avanço anual de 2,2%. Já no núcleo, os números vieram em linha com as projeções de altas de 0,1% e 2,5%, respectivamente.

Ata do Fomc reflete postura de cautela em meio a preocupações com tarifas. O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) divulgou nesta quarta-feira (28) a ata da reunião realizada nos dias 6 e 7 de maio, na qual decidiu em consenso pela manutenção da taxa de juros. Segundo o documento, os membros se surpreenderam com a magnitude e a abrangência dos aumentos tarifários anunciados após o Dia da Libertação, no início de abril, o que aumentou a incerteza sobre as perspectivas econômicas e levou a uma postura de espera. Apesar das preocupações com dados mais fracos de atividade, incluindo o PIB do primeiro trimestre, que alguns atribuíram a problemas de medição, o Fomc avaliou o crescimento econômico como sólido e o mercado de trabalho como equilibrado. Os dirigentes também destacaram que os riscos de inflação e desemprego aumentaram desde a decisão de março, mas consideram a política monetária moderadamente restritiva e bem posicionada, enquanto aguardam maior clareza nos dados. O tom da ata veio em linha com declarações recentes dos representantes.

Trump comemora retomada do “tarifaço” e faz ataque a juízes. O presidente Donald Trump comemorou a decisão do Tribunal de Apelações dos Estados Unidos, proferida na tarde desta quinta-feira (29), que restabeleceu as tarifas impostas por ele no “Dia da Libertação”. Em publicação nas redes sociais, Trump também atacou juízes ao criticar a decisão do Tribunal de Comércio Internacional dos EUA, publicada na última quarta-feira (28), suspendendo as tarifas impostas por seu governo a outros países. Em postagem nas redes sociais, o republicano disse que os três juízes que decidiram contra suas medidas causaram “dano” à economia do país por “puro ódio” à sua gestão. Duas grandes categorias de tarifas impostas pelo governo Trump haviam sido suspensas por decisão do Tribunal de Comércio. Na decisão, os magistrados afirmaram que o presidente excedeu sua autoridade ao impor, com base em uma lei de poderes emergenciais, taxas generalizadas sobre produtos importados de diversos países. O Tribunal de Apelações restabeleceu todas as tarifas impostas por Trump. A nova decisão atendeu a um recurso da Casa Branca, que solicitava a suspensão temporária da sentença. Com isso, o “tarifaço” anunciado no chamado “Dia da Libertação” voltou a vigorar. O tribunal estabeleceu o prazo até 5 de junho para que os autores da ação contra as tarifas respondam ao recurso apresentado pelo governo.

Trump acusa China de violar acordo sobre tarifas. Em uma publicação na rede social Truth Social, nesta sexta-feira (30), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou a China de violar o acordo sobre as tarifas, que os dois países fecharam no dia 12 deste mês. Trump afirmou que só fechou o acordo para ajudar a China. De acordo com ele, tudo ocorreu para “salvá-los” de grave perigo econômico. Trump não detalhou como a China teria quebrado o acordo firmado na Suíça. A nova declaração de Trump lança novas incertezas sobre o processo de diálogo comercial com o gigante asiático, principalmente após o anúncio da Casa Branca de que revogará vistos de estudantes chineses, que deve afetar milhares de estudantes nos EUA e foi descrito por Pequim como uma decisão “discriminatória”.

Índice de sentimento econômico da zona do euro avança a 94,8 em maio. Segundo dados divulgados pela Comissão Europeia nesta terça-feira (27), o índice de sentimento econômico da zona do euro, que mede a confiança de setores corporativos e dos consumidores, subiu para 94,8 pontos em maio, ante 93,8 pontos em abril. O resultado de maio superou a expectativa de analistas, que previam avanço do índice a 93,9 pontos.

Lucro industrial da China cresce 3,0% na leitura anualizada em abril. Conforme dados publicados pelo Departamento Nacional de Estatísticas nesta terça-feira (27), o lucro industrial da China cresceu 3,0% em abril em relação ao mesmo mês do ano anterior, acelerando em relação a alta de 2,6% em março. Nos primeiros quatro meses deste ano, o lucro industrial do país aumentou 1,4%, acelerando em relação ao crescimento de 0,8% do primeiro trimestre. As empresas industriais da China relataram lucros maiores em abril, impulsionadas pela produção mais rápida, apesar das incertezas contínuas das tensões comerciais entre o país e os Estados Unidos, que se intensificaram ao longo do mês. No entanto, as exportações e a produção industrial da China desafiaram as expectativas, registrando forte crescimento em abril.

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