PRINCIPAIS DESTAQUES
Produção industrial cresce 0,1% em abril e acumula alta de 1,4% em 2025;
Balança comercial brasileira tem superávit de US$ 7,239 bi em maio;
PMI de serviços sobe a 49,6 pontos em maio e PMI composto cai a 49,1;
Estados Unidos criam vagas de emprego acima das expectativas;
BCE corta taxa de juros para 2% ao ano;
Atividade de serviços da China cresce em maio, mostra PMI do Caixin.
UM OLHO NO BRASIL
Indústria pede ação do governo após tarifas de Trump sobre aço e alumínio. O Instituto Aço Brasil manifestou preocupação com o aumento da tarifa de importação de aço pelos EUA para 50%, em vigor desde quarta-feira (04), e pediu ação do governo brasileiro. A entidade defende a retomada do sistema de cotas previsto no acordo bilateral de 2018, que permitia exportações sem tarifas — acordo que foi suspenso quando os EUA, sob Donald Trump, impuseram uma tarifa de 25%, agora dobrada. Segundo o Instituto, a nova medida já causou queda de 10% a 15% nas exportações brasileiras de aço para os EUA, principal destino do aço semiacabado nacional. O presidente da entidade pediu medidas urgentes de proteção ao mercado, como tarifas antidumping. O vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin lamentou o aumento tarifário, mas defendeu o diálogo, destacando a complementaridade entre os dois países: “Nós somos o segundo maior comprador de carvão siderúrgico dos EUA, e eles usam nossas placas para produzir motores, carros, aviões. Não somos problema para os EUA.”
Produção industrial cresce 0,1% em abril e acumula alta de 1,4% em 2025. A produção industrial brasileira cresceu 0,1% em abril frente a março, marcando o quarto mês consecutivo de alta, embora abaixo da expectativa de 0,3%. Ainda assim, foi o melhor resultado para abril desde 2022. Na comparação com abril de 2024, houve queda de 0,3%, interrompendo uma sequência de dez meses de crescimento. O IBGE atribui esse recuo ao menor número de dias úteis e à base de comparação elevada. No acumulado de 2025, a produção industrial registra alta de 1,4%. Em abril, 13 dos 25 ramos industriais pesquisados tiveram crescimento, com destaque para as indústrias extrativas (1,0%) e de bebidas (3,6%). Também se destacaram os setores de veículos automotores (1,0%) e de impressão e gravações (11,0%). Entre os segmentos com queda, sobressaem coque e derivados de petróleo (-2,5%) e produtos farmacêuticos (-8,5%). Por categoria econômica, houve avanço em bens de capital (1,4%), intermediários (0,7%) e consumo durável (0,4%), enquanto bens de consumo semi e não duráveis recuaram 1,9%.
Balança comercial brasileira tem superávit de US$ 7,239 bi em maio. A Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgou, nesta quinta-feira (05), que a balança comercial do Brasil registrou superávit de US$ 7,239 bilhões em maio. O resultado foi 12,8% menor do que o registrado no mesmo mês do ano anterior. Em maio, as exportações somaram US$ 30,156 bilhões, queda de 0,1% em relação ao mesmo mês de 2024. Já as importações alcançaram US$ 22,918 bilhões, alta de 4,7% em 12 meses. No acumulado de 2025, o superávit está em US$ 24,4 bilhões, representando uma queda de 30,6%, na comparação com o mesmo período do ano anterior. O resultado é derivado de US$ 136,93 bilhões em exportações, queda de 0,9%, e de US$ 112,49 bilhões das importações, crescimento de 9,2%.
BC define regras para garantir honestidade da empresa que oferece Pix Automático. O Banco Central definiu, na quinta-feira (05), as regras para assegurar a idoneidade das empresas que oferecerão o Pix Automático, funcionalidade que permitirá pagamentos recorrentes a partir de 16 de junho, como contas de água, luz e condomínio. As novas normas exigem que o provedor de serviços de pagamento — como bancos ou fintechs — realize uma verificação criteriosa da empresa contratante, incluindo dados do CNPJ, situação cadastral dos sócios, tipo de capital, atividade econômica, natureza jurídica, número de funcionários, capital social e faturamento. A intenção é garantir segurança e reduzir riscos no novo sistema. Para os consumidores, o BC promete um processo simples e transparente, com controle total da autorização, pagamento e cancelamento diretamente no aplicativo da conta. A medida também visa reduzir custos operacionais para as empresas e ampliar as opções de pagamento para os usuários.
PMI de serviços sobe a 49,6 pontos em maio e PMI composto cai a 49,1. O PMI de serviços do Brasil subiu de 48,9 pontos em abril para 49,6 em maio, de acordo com dados divulgados pela S&P Global nesta quarta-feira (04). Apesar da melhora, pela segunda vez consecutiva o indicador ficou abaixo de 50 pontos, indicando contração da atividade. O setor industrial também passou para o campo de contração ao recuar de 50,3 para 49,4 entre abril e maio. Em nota, a Diretora Associada de Economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna de Lima, afirmou que o cenário de serviços junto aos dados industriais corrobora a perspectiva desfavorável para o desempenho econômico geral no segundo trimestre. “Os resultados mais recentes do PMI da economia de serviços do Brasil mostram um quadro semelhante ao observado em abril, com a atividade de serviços caindo devido ao enfraquecimento da demanda e as pressões inflacionárias permanecendo em uma trajetória descendente”, afirmou Pollyanna. Ainda que o cenário atual seja negativo, ponderou-se que o alívio na inflação no período contribuiu para reduzir as pressões sobre os custos de produção, recuando para o nível mais baixo em seis meses. No que se refere ao PMI composto, que mede a atividade dos setores industrial e de serviços conjuntamente, a pesquisa demonstrou recuou de 49,4 pontos em abril para 49,1 pontos em maio, também indicando contração da atividade.
OUTRO NO MUNDO
Estados Unidos criam vagas de emprego acima das expectativas. Os Estados Unidos criaram 139 mil vagas de emprego em maio, superando as expectativas dos analistas, que previam 125 mil. Apesar disso, o número representa uma desaceleração em relação a abril, quando foram abertas 147 mil vagas (dado revisado). A taxa de desemprego permaneceu em 4,2%, com 7,2 milhões de desempregados. A taxa de participação da força de trabalho foi de 62,4%, e a relação emprego-população, de 59,7%. Os ganhos médios por hora subiram 0,4% no mês, atingindo US$ 36,24, e avançaram 3,9% em relação a maio de 2024. Apesar do resultado do payroll, outros dados da semana apontaram fraqueza no mercado de trabalho: o Relatório ADP mostrou criação de apenas 37 mil vagas no setor privado, bem abaixo das expectativas de 144 mil, enquanto o relatório JOLTS de abril indicou aumento no número de vagas abertas, totalizando 7,4 milhões.
Livro Bege mostra sinais mistos na economia dos EUA. O Livro Bege do Federal Reserve, divulgado na quarta-feira (04), apontou uma leve desaceleração na atividade econômica dos EUA desde o relatório anterior. Seis dos doze distritos relataram queda moderada na atividade, três não observaram mudanças e os outros três indicaram crescimento modesto. Todos os distritos destacaram alta incerteza econômica e política, o que tem levado empresas e consumidores a adotarem cautela. A atividade manufatureira também recuou levemente, influenciada pelas incertezas relacionadas à política tarifária do presidente Donald Trump. Segundo o relatório, “as empresas estão hesitantes em comprometer capital ou aumentar contratações”, e as tarifas têm causado aumentos moderados de preços, parcialmente repassados aos consumidores. O mercado de trabalho mostrou sinais iniciais de desaceleração, como menor demanda por mão de obra e redução nas horas trabalhadas, embora ainda se mantenha aquecido, com crescimento salarial, estabilidade no emprego na maioria dos distritos e aumento considerável em três deles.
Trump decreta aumento de tarifas sobre aço e alumínio. O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou na terça-feira (03) um decreto que eleva de 25% para 50% as tarifas de importação sobre aço, alumínio e seus derivados. A nova alíquota entrou em vigor nesta quarta-feira (04). Segundo o governo, a medida visa fortalecer a segurança nacional e proteger a indústria siderúrgica doméstica. A decisão amplia as tarifas de 25% implementadas em março e atinge diretamente parceiros comerciais como Brasil, México e Canadá. O Reino Unido, no entanto, continuará sujeito à tarifa de 25% devido a um acordo comercial recente com os EUA.
IPC anual da zona do euro desacelera a 1,9% em maio. Segundo dados preliminares divulgados pela Eurostat nesta terça-feira (03), o índice de preços ao consumidor da zona do euro desacelerou a uma taxa anualizada de 1,9% em maio, após variar 2,2% em abril. Com o resultado, a inflação do bloco agora está abaixo da meta do Banco Central Europeu (BCE), de 2%. A leitura de maio também veio abaixo da previsão de analistas, que esperavam a inflação em 2%. No que se refere ao núcleo do IPC, que desconsidera os preços de energia e alimentos, houve avanço anual de 2,3% em maio, perdendo força em relação à alta de 2,7% de abril e abaixo das estimativas de recuo a 2,5%.
BCE corta taxa de juros para 2% ao ano. O Banco Central Europeu (BCE) reduziu nesta quinta-feira (05) a taxa de juros da zona do euro em 0,25 ponto percentual, de 2,25% para 2% ao ano. Este foi o oitavo corte desde junho de 2024, configurando o ciclo de flexibilização mais rápido da história da instituição. A decisão, já esperada pelo mercado, ocorre em meio à desaceleração econômica e inflação sob controle. Com os juros agora na faixa “neutra”, o BCE evitou sinalizar os próximos passos, afirmando que “o Conselho do BCE não está se comprometendo previamente com uma trajetória específica para as taxas de juros”. A projeção de inflação para 2025 foi revista de 1,9% para 1,6%, refletindo a queda esperada nos preços da energia e a valorização do euro. A inflação subjacente deve encerrar 2025 em 2,4%, caindo para 1,9% em 2026. Quanto ao crescimento, o PIB da zona do euro deve avançar 0,9% em 2025, 1,1% em 2026 e 1,3% em 2027.
PIB da zona do euro cresce acima do esperado no 1° trimestre. Conforme leitura final publicada nesta sexta-feira (06) pela Eurostat, o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro subiu 0,6% no primeiro trimestre de 2024 na comparação com o trimestre imediatamente anterior, quando o bloco cresceu 0,3%. O avanço veio acima da leitura preliminar e da previsão dos analistas, ambos em 0,3% no período. Em base anual, o PIB da zona do euro cresceu 1,5% no primeiro trimestre, uma revisão para cima após a leitura anterior de avanço de 1,2%. No primeiro trimestre desse ano, as exportações aumentaram 1,9%, após ficarem estáveis no trimestre anterior, e a formação bruta de capital fixo aumentou 1,8%, após 0,7% no trimestre anterior. A despesa de consumo final das famílias aumentou 0,2%, após o avanço de 0,5% no quarto trimestre de 2024.
Atividade de serviços da China cresce em maio, mostra PMI do Caixin. A atividade de serviços da China acelerou levemente em maio, com o PMI de serviços do Caixin/S&P Global subindo de 50,7 para 51,1, indicando expansão. O crescimento foi impulsionado por um aumento mais rápido nos novos pedidos, apesar da queda nos pedidos de exportação devido à incerteza gerada pelas tarifas dos EUA. Em contraste, a atividade industrial encolheu pela primeira vez em oito meses: o PMI industrial caiu de 50,4 em abril para 48,3 em maio, abaixo das expectativas e no menor nível em 32 meses. Como resultado, o PMI Composto caiu de 51,1 para 49,6, sinalizando a primeira contração desde dezembro de 2022, com o setor de serviços não conseguindo compensar a queda na indústria.
