PRINCIPAIS DESTAQUES
IPCA avança 0,24% em junho e acumula 5,35% em 12 meses;
Trump anuncia tarifa de 50% para Brasil;
Cautela com tarifas puxa Ibovespa para baixo, mesmo com alta das commodities;
Fed publica a Ata da última reunião;
UE diz que busca fechar acordo com EUA em julho;
China critica tarifas de Trump contra o Brasil.
UM OLHO NO BRASIL
IPCA avança 0,24% em junho e acumula 5,35% em 12 meses. O IPCA avançou 0,24% em junho, conforme divulgado pelo IBGE nesta quinta-feira (10), desacelerando frente aos 0,26% de maio. No acumulado de 12 meses, a inflação alcançou 5,35%. O resultado veio acima da projeção do mercado, que esperava 0,20% no mês. O grupo Habitação liderou as altas (0,99%), impulsionado pela energia elétrica (+2,96%), e respondeu por 0,15 p.p. no índice geral. Transportes subiu 0,27% (impacto de 0,05 p.p.), enquanto Alimentação e bebidas recuou 0,18%. O Boletim Focus projeta IPCA em 5,18% para 2025, acima do teto da meta.
Trump anuncia tarifa de 50% para Brasil. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (09) a aplicação de uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil, que entrará em vigor a partir de 1º de agosto. A informação foi divulgada em uma carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, publicada na rede social Truth Social. Argumentando acerca da medida, Trump criticou a postura do STF contra o ex-presidente Bolsonaro. Além disso, acusou o STF de emitir “centenas de ordens de censura secretas e ilegais a plataformas de mídias sociais dos EUA”, ameaçando-as com multas e expulsão do mercado brasileiro, justificando a tarifa como resposta a essas ações. Trump chamou a relação comercial entre os EUA e o Brasil de “muito injusta”, citando “políticas tarifárias e não-tarifárias e barreiras comerciais do Brasil” e afirmou que a tarifa de 50% é “muito menor do que o necessário para termos condições de concorrência equitativas”. Ele sugeriu que o Brasil poderia evitar essas taxações trazendo produção e empresas para os Estados Unidos. Trump alertou que se o Brasil retaliar com mais tarifas, os EUA farão o mesmo e anunciou que vai abrir uma investigação sobre o país com base na Lei de Comércio dos EUA. Por fim, afirmou que as tarifas podem ser ajustadas dependendo da relação comercial futura entre os países.
Ministério da Fazenda eleva previsão de crescimento do PIB para 2,5% em 2025. Segundo Boletim Macrofiscal divulgado nesta sexta-feira (11), o Ministério da Fazenda revisou para cima a estimativa de crescimento do PIB do Brasil em 2025, passando de 2,4% para 2,5%. Para 2026, no entanto, a projeção foi ajustada para baixo, de 2,5% para 2,4%. A revisão reflete o cenário de política monetária restritiva conduzida pelo Banco Central, que segue impactando as perspectivas de atividade econômica nos próximos anos. A expectativa é de leve desaceleração do crescimento em 2026, mesmo após o avanço mais robusto previsto para 2025.
Serviços avançam 0,1% em maio e igualam pico da série histórica. O volume de serviços subiu 0,1% em maio, quarta alta seguida, mas abaixo da expectativa de 0,2%, segundo o IBGE. Na comparação anual, houve crescimento de 3,6%, superando a projeção de 3,5% e igualando o pico histórico de outubro de 2024. O avanço foi puxado por serviços profissionais (+0,9%), outros serviços (+1,5%) e informação e comunicação (+0,4%). Já transportes (-0,3%) e serviços prestados às famílias (-0,6%) recuaram. A projeção é de alta de 2,5% em 2025, com desaceleração gradual.
Cautela com tarifas puxa Ibovespa para baixo, mesmo com alta das commodities. Nesta sexta-feira (11), o Ibovespa recuou cerca de 0,4%, operando próximo aos 136.377 pontos, em meio à cautela dos investidores com a imposição de novas barreiras comerciais pelos EUA, que também atingiram o Canadá com tarifas de até 35%. Apesar da pressão, a alta das commodities nesta quinta-feira (10) sustentou parte do índice: Vale subiu cerca de 0,4% e Petrobras avançou entre 1,2% e 1,3%. Por outro lado, ações de varejo e tecnologia, como Magazine Luiza, recuaram.
OUTRO NO MUNDO
Fed publica a Ata da última reunião. O Federal Reserve (Fed) publicou, nesta quarta-feira (09), a Ata da reunião de política monetária, realizada nos dias 17 e 18 de junho, indicando que o banco central seguirá com uma abordagem cautelosa nas próximas decisões, observando os dados econômicos antes de reduzir a taxa básica de juros. Em junho, o Fed decidiu manter os juros no intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano pela quarta vez consecutiva. Apesar das pressões do presidente Donald Trump por cortes imediatos, apenas algumas autoridades defenderam essa medida para a próxima reunião, que ocorrerá nos dias 29 e 30 de julho. A ata reafirma que é apropriado manter uma postura cautelosa nos ajustes de política monetária e reforça o compromisso do Fed com o pleno emprego e a meta de inflação de 2%, destacando que a economia segue crescendo, o mercado de trabalho permanece forte e a inflação continua elevada, mas com incertezas ainda presentes. Durante a reunião, o presidente do Fed, Jerome Powell, comentou que ainda não foram observados efeitos relevantes das tarifas, mas que o impacto pode surgir mais adiante.
UE diz que busca fechar acordo com EUA em julho. A União Europeia afirmou nesta quarta-feira (09) que busca concluir um acordo comercial com os Estados Unidos até o fim de julho. Durante a semana, Trump anunciou tarifa de 50% sobre o cobre importado e indicou que novas taxas sobre semicondutores e produtos farmacêuticos estão a caminho. Ele também enviou cartas tarifárias a 14 países, incluindo Japão e Coreia do Sul, impondo tarifas de 25% ou mais a partir de 1º de agosto. Em relação a isso, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou: “Nós nos mantemos fiéis aos nossos princípios, defendemos nossos interesses, continuamos trabalhando de boa fé e nos preparamos para todos os cenários.” Um porta-voz da Comissão Europeia disse que a UE pretende chegar a um acordo comercial antes de 1º de agosto, possivelmente até nos próximos dias.
Vendas no varejo da zona do euro caem 0,7% em maio. Conforme dados divulgados pela Eurostat nesta segunda-feira (07), as vendas no varejo da zona do euro caíram 0,7% em maio ante abril. O resultado ficou abaixo da expectativa dos analistas, que previam queda de 0,5% nas vendas no período. Na comparação anual, as vendas do setor varejista do bloco cresceram 1,8% em maio, acima da estimativa, de 1,3% de crescimento. Além disso, os dados das vendas de abril foram revisados, passando a mostrar alta de 0,3% ante março e ganho anual de 2,7%.
Inflação ao consumidor da China sobe pela primeira vez em cinco meses. Segundo dados publicados nesta quarta-feira (09) pelo Escritório Nacional de Estatísticas, os preços ao consumidor na China registraram alta de 0,1% em junho na comparação anual, interrompendo uma sequência de quedas e superando a previsão dos analistas, que previam estabilidade nos preços. Na base mensal, o índice caiu 0,1% em junho, contra uma queda de 0,2% em maio, em linha com as expectativas. Por outro lado, o índice de preços ao produtor registrou deflação de 3,6% em junho na comparação anual, intensificando a queda de 3,3% em maio e ficando abaixo da expectativa de recuo de 3,2%.
China critica tarifas de Trump contra o Brasil. O Ministério de Relações Exteriores da China criticou a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros importados pelos EUA. A porta-voz do ministério, Mao Ning, ressaltou que “igualdade soberana e não interferência em assuntos internos são princípios fundamentais da Carta da ONU e normas básicas das relações internacionais” e afirmou que “tarifas não devem ser usadas como instrumento de coerção, intimidação ou interferência nos assuntos internos de outros países”.
