Overview – 17.10.25

PRINCIPAIS DESTAQUES
EUA e Brasil reforçam diálogo comercial e preparam encontro entre Trump e Lula;
Setor de serviços mantém crescimento e atinge novo recorde em agosto;
Atividade econômica cresce 0,4% em agosto e interrompe sequência de quedas;
Fed aponta estabilidade na atividade e leve pressão nos preços nos EUA;
Balança comercial da China surpreende e indica resiliência em setembro;
Produção industrial da zona do euro recua em agosto e evidencia perda de fôlego da indústria.

UM OLHO NO BRASIL
EUA e Brasil reforçam diálogo comercial e preparam encontro entre Trump e Lula. Representantes dos governos dos Estados Unidos e do Brasil reuniram-se nesta quinta-feira (16) em Washington, em uma rodada de negociações elogiada por ambos os lados. A delegação norte-americana contou com o Secretário de Estado Marco Rubio, enquanto o Brasil foi representado pelo chanceler Mauro Vieira. Os dois países concordaram em avançar em tratativas bilaterais e trabalhar para viabilizar uma reunião entre Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva “na primeira oportunidade possível”. Segundo nota conjunta, o encontro abordou temas técnicos e a possibilidade de normalização gradual das relações comerciais, após um período de tensões motivadas pelo aumento de tarifas sobre bens brasileiros. O diálogo é considerado um passo para a reaproximação econômica bilateral e pode abrir caminho para novos acordos nos próximos meses.

Setor de serviços mantém crescimento e atinge novo recorde em agosto. O setor de serviços brasileiro teve alta de 0,1% em agosto na comparação com julho, marcando o sétimo mês consecutivo de expansão e elevando o volume de serviços ao maior nível da série histórica. No acumulado de 2025, o segmento avança 2,6%, sustentado pelo desempenho positivo de setores como serviços administrativos, transportes e atividades ligadas ao turismo. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, o volume de serviços cresceu 2,5%, refletindo a continuidade da recuperação do consumo e a resiliência do mercado de trabalho. Esse resultado reforça o papel do setor como principal motor da atividade econômica no segundo semestre de 2025.

Atividade econômica cresce 0,4% em agosto e interrompe sequência de quedas. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) avançou 0,4% em agosto, após três meses consecutivos de retração, sinalizando retomada moderada da economia em meio a uma política monetária ainda restritiva. O resultado ficou ligeiramente abaixo das expectativas do mercado, que projetavam alta próxima de 0,6%. Na comparação com agosto de 2024, o indicador subiu 0,12%, acumulando crescimento de 2,57% no ano e de 3,24% em 12 meses. O desempenho foi sustentado pela indústria, com alta de 0,84%, e pelos serviços, que cresceram 0,21%, enquanto a agropecuária recuou 1,85%. O cenário reforça a leitura de desaceleração gradual da atividade, com a Selic mantida em 15% e o Boletim Focus projetando expansão de 2,16% do PIB em 2025.

FMI eleva projeção para o PIB do Brasil em 2025 e alerta para desaceleração em 2026. Em relatório divulgado nesta terça-feira (14), o Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para cima sua projeção de crescimento da economia brasileira em 2025, de 2,3% para 2,4%, mas prevê desaceleração para 1,9% em 2026, refletindo condições externas mais adversas e a política monetária ainda restritiva. O documento também aponta inflação acima da meta e aumento da dívida pública, em meio aos efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos e à moderação gradual da atividade doméstica.

Projeções do Boletim Focus indicam nova redução nas expectativas de inflação para 2025. As estimativas do mercado coletadas pelo Banco Central e divulgadas nesta segunda-feira (13) apontaram nova revisão para baixo da inflação esperada em 2025, agora em 4,72%, sinalizando avanço gradual no processo de desinflação. A projeção para o PIB permaneceu em 2,16%, enquanto a taxa Selic deve encerrar o ano em 15%, em patamar restritivo. O câmbio projetado para o fim de 2025 foi mantido em R$ 5,45 e, para 2026, a expectativa de inflação recuou ligeiramente para 4,28%. O cenário reforça que o processo de desinflação segue em curso, embora ainda dependa da consolidação fiscal e da estabilidade internacional.

OUTRO NO MUNDO
Fed aponta estabilidade na atividade e leve pressão nos preços nos EUA. O Federal Reserve, em seu Livro Bege divulgado na quarta-feira (15), informou que a economia norte-americana se manteve praticamente estável nas últimas semanas. A maioria dos distritos relatou pouca variação na atividade, com alguns setores já apresentando sinais de desaceleração. O mercado de trabalho permaneceu estável, com demanda por mão de obra moderada e crescimento salarial em ritmo contido. O relatório também apontou avanço moderado dos preços, impulsionado por custos mais altos de insumos e tarifas, embora a pressão inflacionária siga limitada. A indústria continua enfrentando demanda enfraquecida, enquanto o consumo mostra comportamento desigual, com retração nas vendas de bens e desempenho mais favorável no setor automotivo, especialmente na procura por veículos elétricos.

Balança comercial da China surpreende e indica resiliência em setembro. A balança comercial chinesa registrou desempenho acima do esperado, com exportações em dólares crescendo 8,3% na comparação anual e importações avançando 7,4%. Apesar do aumento nas trocas, o superávit recuou para US$ 90,4 bilhões, ante US$ 102,3 bilhões em agosto, refletindo maior volume de compras externas. Analistas destacam que o país tem ampliado o comércio com economias asiáticas e africanas para compensar a perda de espaço nos Estados Unidos, em meio à intensificação das tensões tarifárias. Mesmo com o resultado positivo, a demanda doméstica continua fraca, o que limita uma recuperação mais consistente da atividade econômica.

Produção industrial da zona do euro recua 1,2% em agosto, mas supera expectativas. A produção industrial da zona do euro registrou queda de 1,2% em agosto frente a julho, segundo dados da Eurostat divulgados na quarta-feira (15). Apesar do recuo, o resultado veio melhor que a projeção de analistas, que estimavam retração de 1,8% no período. Na comparação anual, a produção cresceu 1,1%, enquanto os dados de julho foram revisados para mostrar alta de 0,5% no mês e avanço de 2,0% em relação a 2024. O desempenho confirma o quadro de desaceleração da atividade industrial europeia, embora em ritmo menos intenso do que o esperado.

FMI revisa projeção de crescimento global e mantém alerta sobre tensões comerciais. O Fundo Monetário Internacional, em relatório divulgado na terça-feira (14), elevou sua projeção para o crescimento do PIB global em 2025 para 3,2%, refletindo condições financeiras mais favoráveis e apoio de medidas fiscais em algumas grandes economias, com menção a Europa e China, além de desempenho melhor do que o esperado em vários países; para 2026, projeta 3,1%. O documento ressalta a resiliência recente, mas mantém o alerta de que uma nova escalada nas tensões EUA–China é o principal risco para a atividade global, com potencial de reduzir o crescimento já no curto prazo. Para a América Latina e o Caribe, o FMI projeta 2,4% em 2025, com destaque para o México, e mantém 4,8% para a China.

Tensões comerciais entre EUA e China se intensificam antes de encontro entre Trump e Xi Jinping. As disputas entre Washington e Pequim avançaram nesta quarta-feira (15), após a China ampliar controles sobre exportações de terras raras e equipamentos de refino, o que elevou preocupações com rupturas nas cadeias globais de suprimento. Em retaliação, os EUA já avaliam impor novas restrições à exportação de tecnologias sensíveis para o mercado chinês, e anúncios desse tipo pressionaram os futuros das bolsas americanas, ao passo que empresas de minerais estratégicos registraram valorização esperada. Analistas consideram que a disputa tende a ganhar força até o encontro entre Donald Trump e Xi Jinping, marcado para o final de outubro, reforçando o caráter prolongado da rivalidade comercial e tecnológica entre as duas potências.

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