O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, nesta quarta-feira (05), manter a taxa Selic em 15% ao ano. A decisão foi unânime e em linha com as projeções do mercado, em um contexto de expectativas inflacionárias ainda desancoradas e de cenário global incerto.
Acerca do cenário econômico doméstico, o Copom destacou que o conjunto de indicadores segue apontando moderação no ritmo de crescimento da atividade econômica, conforme esperado, mas ressaltou que o mercado de trabalho continua demonstrando dinamismo.
Em sua avaliação sobre o cenário global, o colegiado mencionou que “o ambiente externo ainda se mantém incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, com reflexos nas condições financeiras globais”. Tal contexto, segundo o Comitê, exige cautela adicional por parte dos países emergentes, especialmente em um ambiente de tensões geopolíticas elevadas.
O Comitê observou que, embora a inflação cheia e as medidas subjacentes tenham mostrado certo arrefecimento, permanecem acima da meta. Ressaltou ainda que os riscos inflacionários, tanto de alta quanto de baixa, seguem mais elevados do que o usual.
O Comitê também destacou que segue acompanhando a condução da política fiscal doméstica, bem como os efeitos de seus desdobramentos sobre a política monetária e os ativos financeiros.
Ao manter a taxa Selic em 15% ao ano, a autoridade monetária reafirma que a política de juros elevados segue sendo o principal instrumento para conter as pressões inflacionárias e alinhar as expectativas à meta.
Por fim, o colegiado ressaltou que seguirá monitorando a evolução dos indicadores e poderá reavaliar a condução da política monetária, retomando o ciclo de ajuste caso julgue necessário.
Em relação às projeções, o Comitê estima inflação a 4,6% em 2025 e 3,6% em 2026, enquanto as expectativas do Relatório Focus estão em torno de 4,5% e 4,2% para os mesmos períodos.