Conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (26), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) recuou 0,14% em agosto, após avançar 0,33% em julho. Com o resultado, o índice acumula alta de 3,26% no ano e de 4,95% em 12 meses, abaixo dos 5,30% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Essa foi a primeira taxa negativa desde julho de 2023, quando havia recuado 0,07%.
Conhecido como a “prévia da inflação”, o IPCA-15 confirmou a expectativa de deflação na variação mensal, embora tenha ficado ligeiramente abaixo das projeções do mercado, que estimavam queda entre 0,19% e 0,22%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, quatro registraram queda em seus preços, incluindo os três de maior peso no indicador: Habitação, Alimentação e bebidas, e Transportes. Habitação exerceu o maior impacto negativo (-0,17 p.p.) ao recuar 1,13% em agosto. O resultado foi influenciado pela redução de 4,93% na energia elétrica residencial, efeito do Bônus de Itaipu, apesar da vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2.
Em seguida, Alimentação e bebidas caiu 0,53%, impactando o índice em -0,12 p.p. O recuo foi puxado pela queda da alimentação no domicílio (-1,02%), com destaque para a redução nos preços de manga (-20,99%), batata-inglesa (-18,77%), cebola (-13,83%), tomate (-7,71%), arroz (-3,12%) e carnes (-0,94%).
Já o grupo Transportes recuou 0,47%, contribuindo com -0,10 p.p., após registrar alta de 0,67% em julho. A queda refletiu principalmente a redução nas passagens aéreas (-2,59%), no automóvel novo (-1,32%) e na gasolina (-1,14%).
Além deles, o grupo Comunicação passou de alta de 0,11% em julho para queda 0,17% em agosto, impactando o IPCA-15 em -0,01 p.p. Por outro lado, os demais grupos apresentaram variações positivas, oscilando entre 0,03% de Artigos de residência e 1,09% de Despesas pessoais (1,09%).
No que se refere às expectativas do mercado, o Boletim Focus divulgado na última segunda-feira (25) projeta o IPCA em 4,86% para o fechamento de 2025.