PRINCIPAIS DESTAQUES
Copom mantém Selic em 15% a.a.;
Dívida pública chega a 9,4 trilhões e supera 76,6% do PIB;
EUA aplicam tarifa de 50% sobre produtos brasileiros;
Fed manteve taxa de juros no intervalo de 4,25% a 4,50%;
Inflação da zona do euro se mantém na meta do BCE;
Atividade econômica da China apresenta sinais de desaceleração em julho.
UM OLHO NO BRASIL
Copom mantém Selic em 15% a.a. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu nesta quarta-feira (30) manter a taxa Selic inalterada em 15% ao ano, em decisão unânime. Em comunicado, a autoridade monetária ressaltou que os indicadores de atividade econômica têm mostrado moderação no ritmo de crescimento, enquanto o mercado de trabalho segue aquecido. Sobre a inflação, o comitê destacou que as expectativas continuam desancoradas, com projeções de 5,09% para o final de 2025 e 4,44% para 2026, segundo a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira (28) pelo Banco Central (BC). A autoridade monetária também enfatizou o monitoramento dos efeitos das tarifas comerciais impostas pelos EUA e dos impactos da política fiscal sobre a economia. O Copom indicou que pretende manter a pausa no ciclo de alta de juros para observar os efeitos defasados das medidas já adotadas.
IGP-M recuou 0,77% em julho. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou nesta quarta-feira (30) que o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) caiu 0,77% em julho, após recuo de 1,67% em junho, acumulando queda de 1,70% no ano e alta de 2,96% em 12 meses. Segundo a FGV, a queda foi puxada principalmente pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), que recuou 1,29%, com quedas em bens finais, intermediários e matérias-primas brutas. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) avançou 0,27%, enquanto o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) subiu 0,91%, refletindo menor pressão dos custos com mão de obra.
Dívida pública chega a 9,4 trilhões e supera 76,6% do PIB. Segundo dados publicados nesta quinta-feira (31) pelo Banco Central, a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), que compreende o Governo Federal, o INSS e os governos estaduais e municipais, atingiu 76,6% do PIB em junho, o equivalente a R$ 9,4 trilhões. Já a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) atingiu 62,9% do PIB, representando o maior patamar da série histórica que tem início em dezembro de 2001. Em tese, quanto maior for a dívida em relação ao PIB (indicador econômico que representa a soma de toda a riqueza produzida no país), mais o mercado se preocupa com a capacidade do país em pagar seus compromissos.
Produção industrial do Brasil cresce 0,1% em julho, abaixo do esperado. De acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (01) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial avançou 0,1% em julho, abaixo da expectativa de 0,4%, após dois meses de queda. No ano, o setor acumula alta de 1,2%, mas registra queda de 1,3% na comparação anual. Entre os destaques positivos estão veículos (+2,4%) e celulose (+1,6%), enquanto indústria extrativa e alimentos recuaram 1,9% cada.
EUA aplicam tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Os Estados Unidos anunciaram a aplicação de uma tarifa de 50% sobre diversos produtos importados do Brasil, mas cerca de 700 produtos ficaram de fora da medida, entre eles suco de laranja, combustíveis, fertilizantes, metais e aeronaves, o que trouxe alívio a setores estratégicos como o da Embraer, que viu suas ações dispararem após o anúncio. Estimativas apontam que essas exceções representam US$ 18,4 bilhões, cerca de 43% das vendas brasileiras aos EUA em 2024, reduzindo parcialmente o impacto da medida. Ainda assim, itens como café, cacau, carne e frutas serão afetados. Com vigência prevista para 6 de agosto, a decisão intensifica as tensões comerciais, mas ainda abre espaço para novas negociações entre os dois países.
OUTRO NO MUNDO
Fed manteve taxa de juros no intervalo de 4,25% a 4,50%. O Federal Reserve decidiu nesta quarta-feira (30) manter a taxa de juros no intervalo de 4,25% a 4,50%, em uma decisão amplamente esperada, porém não ocorreu de forma unânime, com dois membros defendendo cortes. Durante a coletiva, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que a inflação ainda acima da meta exige prudência antes de iniciar o ciclo de redução de juros em 2025. Embora o mercado projete um corte já em setembro, Powell destacou que a decisão dependerá dos próximos indicadores econômicos e enfatizou que não há definição para a próxima reunião.
EUA impõem tarifas globais de até 50%. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) uma ordem executiva que aplica tarifas de 10% a 50% sobre produtos de dezenas de países, em uma nova ofensiva comercial. A medida, que entra em vigor em 6 de agosto, atinge principalmente economias como China, Índia, México e Canadá, além de países europeus. Setores como aço, alumínio, automóveis, têxtil e produtos agrícolas estão entre os mais impactados. Apesar das exceções concedidas a alguns itens estratégicos, analistas apontam que a iniciativa amplia o risco de retaliações e aumenta a instabilidade no comércio global, pressionando cadeias produtivas e aprofundando tensões econômicas com parceiros históricos dos Estados Unidos.
EUA e União Europeia fecham acordo comercial. Os Estados Unidos e a União Europeia anunciaram neste domingo (27) um acordo que define tarifa única de 15% para a maior parte dos produtos europeus vendidos ao mercado americano, reduzindo tributos anteriormente mais elevados e beneficiando segmentos como o automotivo. Apesar do acordo, itens como aço e alumínio continuarão sujeitos a tarifas de 50%. O pacto também prevê que o bloco europeu aumente a compra de energia dos EUA e direcione investimentos bilionários para a economia americana. A medida, que passa a valer nesta sexta-feira (01), foi vista como uma forma de evitar uma escalada nas disputas comerciais, embora ainda mantenha pendências em áreas estratégicas e gere preocupações em setores específicos da indústria europeia.
Inflação da zona do euro se mantém na meta do BCE. A Eurostat divulgou nesta sexta-feira (01) que a inflação anual da zona do euro permaneceu em 2% em julho, alinhada à meta do Banco Central Europeu (BCE) e levemente acima da previsão de 1,9%. O núcleo da inflação, que exclui alimentos e energia, também ficou estável em 2,3%, com desaceleração nos preços de serviços para 3,1%, enquanto os preços da energia recuaram para 2,5%, ajudando a conter as pressões inflacionárias. Diante desse cenário, o BCE optou por manter a taxa de juros em 2%, ressaltando a combinação de inflação controlada, mercado de trabalho sólido e crescimento moderado. Com a estabilidade dos preços e riscos externos persistentes, as apostas de cortes adicionais de juros ainda em 2025 perderam força.
Atividade econômica da China apresenta sinais de desaceleração em julho. A atividade econômica da China desacelerou em julho, conforme apontado pelo PMI Caixin divulgado nesta quarta-feira (30). O PMI industrial caiu para 49,5, retornando ao nível de contração após breve recuperação em junho (50,4), influenciado especialmente pelo enfraquecimento das exportações e menor demanda global em meio às tensões comerciais. No setor de serviços, o índice se manteve em 50,6, indicando uma expansão moderada, porém com sinais de desaceleração diante da fragilidade do consumo doméstico. Os dados confirmam um cenário econômico chinês ainda incerto, com a indústria novamente sob pressão e os serviços em crescimento lento, reforçando expectativas sobre possíveis medidas adicionais do governo para impulsionar a economia local.
