PRINCIPAIS DESTAQUES
Copom divulga a ata da última reunião;
Inadimplência alcança maior nível desde setembro de 2023;
Brasil e Índia alinham resposta conjunta a tarifas dos EUA;
EUA adicionam apenas 73 mil vagas em julho, abaixo das expectativas;
Setor de serviços chinês acelera em julho e reforça sinais de recuperação;
PMI da indústria europeia sobe e se aproxima do nível de expansão.
UM OLHO NO BRASIL
Copom divulga a ata da última reunião. O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou, nesta terça-feira (05), a Ata da reunião realizada nos dias 29 e 30 de julho, reforçando um tom de cautela diante do agravamento do cenário internacional. O documento destaca que o ambiente externo se tornou mais desafiador e incerto, em meio às tensões comerciais e ao aumento de tarifas por parte dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Na ocasião, o Copom optou por manter a taxa Selic em 15% ao ano, destacando que os efeitos dessas medidas ainda são incertos para a economia como um todo, embora já afetem setores específicos. A Ata reforça o compromisso do Banco Central com a estabilidade de preços e ressalta que as decisões futuras seguirão sendo guiadas pelos dados, especialmente em relação à inflação e à atividade econômica. A próxima reunião está marcada para os dias 16 e 17 de setembro.
Brasil registra superávit comercial em julho. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgou, nesta quarta-feira (06), os dados da balança comercial referentes a julho de 2025, indicando um superávit de US$ 7,08 bilhões, acima das projeções de mercado, que estimavam saldo próximo de US$ 5,6 bilhões. No mês, as exportações somaram US$ 32,31 bilhões, enquanto as importações alcançaram US$ 25,24 bilhões. Apesar do bom desempenho, o resultado representa uma queda de 6,3% em relação a julho de 2024. No acumulado do ano, o saldo comercial atinge US$ 37 bilhões, uma redução de 25% frente ao mesmo período do ano anterior, reflexo da expansão mais intensa das importações em relação às exportações. O governo segue acompanhando os desdobramentos do comércio global e suas implicações sobre o desempenho externo do país.
Inadimplência alcança maior nível desde setembro de 2023. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou, nesta quinta-feira (07), os dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) referentes a julho de 2025. O levantamento mostrou que 30,2% das famílias brasileiras relataram estar com contas em atraso, o maior percentual desde setembro de 2023. Além disso, 12,7% das famílias afirmaram não ter condições de quitar suas dívidas, evidenciando uma piora nas condições de solvência e representa o maior nível desde dezembro do ano passado. A taxa de endividamento total permaneceu praticamente estável, em 78,5%, mas houve queda na participação de dívidas com prazos superiores a 12 meses, que recuou para 31,5%. O recuo no prazo médio das dívidas indica possível maior exposição ao crédito de curto prazo, mais sensível a variações de juros e à perda de renda. O aumento da inadimplência ocorre em um contexto de juros elevados, renda pressionada e menor capacidade de rolagem das dívidas, ampliando os riscos para o consumo das famílias e para a atividade no setor de comércio e serviços.
PMI de serviços recua ao menor nível desde abril de 2021. O índice de Gerentes de Compras (PMI) do setor de serviços no Brasil caiu de 49,3 pontos em junho para 46,3 em julho, segundo dados divulgados pela S&P Global nesta terça-feira (05). Este é o menor nível registrado desde abril de 2021 e reforça o sinal de retração da atividade no setor. Como referência, leituras abaixo de 50 pontos indicam contração. Esta foi a quarta leitura consecutiva abaixo do ponto neutro, refletindo queda nos novos pedidos, desaceleração da demanda interna e impactos do ambiente de juros elevados.
Brasil e Índia alinham resposta conjunta a tarifas dos EUA. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone nesta quinta-feira (07) com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, em meio à imposição de tarifas de até 50% por parte dos Estados Unidos sobre ambos os países. Durante o diálogo, Lula e Modi reafirmaram a importância de fortalecer a cooperação estratégica em áreas como comércio, tecnologia, defesa, saúde e plataformas de pagamento digital, além de renovar o compromisso com o multilateralismo e a agenda do Sul Global. Como desdobramentos, foi confirmada a visita de estado de Lula à Índia no início de 2026, bem como a viagem preparatória do vice-presidente Geraldo Alckmin para a Índia em outubro. Ambos os líderes também estabeleceram a meta de elevar o comércio bilateral para mais de US$ 20 bilhões até 2030 e aprofundar o acordo preferencial entre Índia e MERCOSUL.
OUTRO NO MUNDO
EUA adicionam apenas 73 mil vagas em julho, abaixo das expectativas. Segundo dados divulgados na última sexta-feira (01) pelo Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, foram criadas 73 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola em julho, resultado abaixo das expectativas do mercado, que projetavam cerca de 110 mil novos postos. Os dados de maio e junho foram revisados para baixo, com uma redução combinada de 258 mil vagas em relação às estimativas anteriores. A taxa de desemprego subiu de 4,1% para 4,2% no mês, sinalizando desaceleração mais acentuada do mercado de trabalho. O resultado pode influenciar as próximas decisões de política monetária do Federal Reserve, diante da perda de fôlego na geração de empregos.
Setor de serviços chinês acelera em julho e reforça sinais de recuperação. A atividade do setor de serviços da China acelerou em julho. De acordo com dados divulgados nesta terça-feira (05) pela S&P Global, o índice de Gerentes de Compras (PMI) subiu de 50,6 em junho para 52,6 pontos, atingindo o maior patamar em 14 meses. O resultado indica expansão mais firme do setor, impulsionada pelo crescimento da demanda interna e pelo avanço nos pedidos de exportação. O indicador também apontou recuperação no emprego e aumento nos preços de venda, após seis meses de estabilidade.
PMI da indústria europeia sobe e se aproxima do nível de expansão. O índice de Gerentes de Compras (PMI) do setor industrial da zona do euro subiu de 49,5 pontos em junho para 49,8 em julho de 2025, segundo dados finais divulgados pela S&P Global em parceria com o Hamburg Commercial Bank. Esse é o maior nível registrado desde julho de 2021. Embora o indicador ainda permaneça abaixo da linha dos 50 pontos, que separa contração de crescimento, o resultado confirma a prévia divulgada e aponta uma desaceleração no ritmo de retração da atividade manufatureira. O dado sugere que o setor industrial europeu se aproxima de uma possível reversão para terreno expansionista.
Comércio bilateral entre Brasil e EUA cresce no primeiro semestre. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (06) pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC), a corrente de comércio entre Brasil e Estados Unidos totalizou US$ 41,7 bilhões no primeiro semestre de 2025, alta de 7,7% em relação ao mesmo período de 2024. As exportações brasileiras para os EUA somaram US$ 20,0 bilhões, registrando expansão de 4,4%, enquanto as importações originárias do país norte‐americano atingiram cerca de US$ 21,7 bilhões, crescimento estimado em 11,5%. O resultado reforça o dinamismo das relações comerciais bilaterais e destaca os Estados Unidos como um dos principais parceiros econômicos do Brasil em 2025.
Índia suspende planos de compra de armamentos dos EUA em resposta à alta de tarifas. Nesta sexta-feira (08), em retaliação às tarifas impostas pelos Estados Unidos que elevaram a tributação total para 50% sobre exportações indianas, o governo da Índia decidiu suspender a aquisição de equipamentos militares norte-americanos. Entre os itens em análise estão veículos blindados Stryker, mísseis antitanque Javelin e seis aeronaves de patrulha Boeing P‑8I. A decisão também resultou no cancelamento da visita do ministro da Defesa indiano, Rajnath Singh, a Washington, onde os acordos seriam oficializados, aumentando a tensão nas relações comerciais e estratégicas entre os dois países. Apesar do gesto, o Ministério da Defesa da Índia afirmou que as negociações seguem em andamento e classificou como falsas as informações que indicavam uma suspensão formal dos diálogos com os Estados Unidos.
