PRINCIPAIS DESTAQUES
IPCA recua 0,11% em agosto e acumula 5,13% em 12 meses;
Inadimplência das famílias brasileiras atinge 30,4% em agosto, novo recorde histórico;
Setor de serviços cresce 0,3% em julho e atinge maior nível da série histórica;
Inflação ao consumidor nos EUA sobe 0,4% em agosto;
BCE mantém taxas de juros estáveis com inflação próxima da meta;
Exportações da China avançam 4,4% em agosto, no menor ritmo em seis meses.
UM OLHO NO BRASIL
IPCA recua 0,11% em agosto e acumula 5,13% em 12 meses. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou deflação de 0,11% em agosto, após alta de 0,26% em julho, segundo o IBGE. No ano, a inflação acumula 3,15% e, em 12 meses, 5,13%, levemente acima das expectativas do mercado. A queda foi puxada por Habitação (-0,90%), com impacto da energia elétrica, e por Alimentação e bebidas (-0,46%). Já entre as altas, destacaram-se Educação (+0,75%), Vestuário (+0,72%) e Saúde e cuidados pessoais (+0,54%), que suavizaram a deflação do índice.
Inadimplência das famílias brasileiras atinge 30,4% em agosto, novo recorde histórico. Conforme divulgado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) nesta terça-feira (09), a proporção de consumidores com contas em atraso chegou a 30,4% em agosto, após 30,0% em julho, alcançando o maior nível desde o início da série da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), em 2010. No mesmo período de 2024, o índice era de 28,8%. A parcela das famílias que permaneceriam inadimplentes, por não terem condições de pagar dívidas vencidas, avançou de 12,7% em julho para 12,8% em agosto, acima dos 12,1% de um ano antes. O endividamento total também cresceu pelo sétimo mês seguido, passando de 78,5% em julho para 78,8% em agosto, maior patamar desde novembro de 2022. Entre as modalidades de crédito, o cartão de crédito segue predominante, mencionado por 84,5% das famílias endividadas, embora abaixo dos 85,7% de agosto do ano anterior. Em contrapartida, o uso de carnês aumentou, passando de 15,6% em 2024 para 16,6% em 2025.
Setor de serviços cresce 0,3% em julho e atinge maior nível da série histórica. O volume de serviços no Brasil avançou 0,3% em julho (sexto mês positivo seguido), segundo o IBGE. O setor acumula alta de 2,4% desde fevereiro e atingiu o maior patamar da série histórica. No ano, o crescimento foi de 2,6%, e em 12 meses, de 2,9%, ligeiramente abaixo dos 3,0% registrados em junho. O resultado foi impulsionado principalmente por informação e comunicação (+1,0%), serviços profissionais e administrativos (+0,4%) e prestados às famílias (+0,3%), enquanto transportes recuaram 0,6%. Regionalmente, 12 das 27 unidades federativas tiveram expansão, com destaque para São Paulo e Paraná (+1,7%) e Mato Grosso do Sul (+5,7%).
Fazenda revisa projeções de crescimento e inflação para 2025. O Boletim Macrofiscal da SPE, divulgado nesta quinta-feira (11), revisou para 2,3% a estimativa de crescimento do PIB em 2025 (antes 2,5%), enquanto a projeção de inflação (IPCA) caiu de 4,9% para 4,8%. As projeções para 2026 permanecem estáveis, com PIB estimado em 2,4% e inflação em 3,6%.
Produção industrial recua em sete dos 15 locais pesquisados em julho. Segundo o IBGE, a produção industrial recuou em sete dos 15 locais pesquisados pela Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional, divulgada nesta sexta-feira (12), na comparação de julho com junho. As maiores quedas foram registradas no Paraná (-2,7%), Bahia (-2,6%) e Minas Gerais (-2,4%), além de retrações no Pará (-2,1%), Mato Grosso (-1,6%), Nordeste (-1,1%) e Ceará (-0,3%). O Amazonas apresentou estabilidade. Por outro lado, houve avanços relevantes no Espírito Santo (+3,1%), Rio Grande do Sul (+1,4%), Santa Catarina (+1,1%), Rio de Janeiro (+1,0%), Pernambuco (+0,9%), São Paulo (+0,9%) e Goiás (+0,5%). No consolidado nacional, a indústria registrou queda de 0,2% em julho, interrompendo a recuperação que vinha sendo observada nos meses anteriores.
OUTRO NO MUNDO
Inflação ao consumidor nos EUA sobe 0,4% em agosto. Conforme divulgado pelo Departamento do Trabalho nesta quinta-feira (11), o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos avançou 0,4% em agosto, após alta de 0,2% em julho. No acumulado em 12 meses, a inflação atingiu 2,9%, acima dos 2,7% registrados no mês anterior e no maior nível desde janeiro. O núcleo do CPI, que desconsidera alimentos e energia, teve variação de 0,3% em agosto, repetindo o resultado de julho, e acumulou alta anual de 3,1%. Os números vieram levemente acima das projeções de analistas consultados pelo mercado, que estimavam avanço de 0,3% na comparação mensal e de 2,9% na base anual.
BCE mantém taxas de juros estáveis com inflação próxima da meta. Conforme comunicado nesta quinta-feira (11), o Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter inalteradas suas principais taxas de juros, com a taxa de depósito em 2,0%, a de refinanciamento em 2,15% e a de empréstimos em 2,40%. A decisão veio em linha com as expectativas do mercado. O movimento ocorre em um contexto de inflação anual ao consumidor de 2,1% em agosto, ligeiramente acima da meta oficial de 2%, após ter acelerado em relação ao mês anterior. No encontro de julho, a instituição havia interrompido o ciclo de cortes iniciado em 2024, que acumulava oito reduções consecutivas. Além do quadro de estabilidade de preços, a decisão também reflete a avaliação dos riscos externos, em meio ao aumento das tensões geopolíticas na Europa e às incertezas ligadas ao recente framework de acordo comercial anunciado entre União Europeia e Estados Unidos, ainda em fase de implementação legislativa.
Exportações da China avançam 4,4% em agosto, no menor ritmo em seis meses. De acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (08), as exportações da China cresceram 4,4% em agosto na comparação anual, desacelerando em relação à alta de 7,2% registrada em julho e ficando abaixo da expectativa de 5%. Trata-se do resultado mais fraco em seis meses, em meio ao arrefecimento da demanda global e à perda do impulso observado no início do ano. As importações também mostraram perda de fôlego, com alta de 1,3% em agosto, após avanço de 4,1% no mês anterior e abaixo da projeção de 3,0%. O desempenho reflete a fragilidade do consumo doméstico e as incertezas ligadas ao comércio internacional. Nas relações bilaterais, as vendas para os Estados Unidos recuaram 33,1% em agosto, enquanto as exportações para países do sudeste asiático cresceram 22,5%, sinalizando o esforço chinês de diversificação de mercados diante das tarifas impostas pelo governo Trump.
Pedidos de seguro-desemprego nos EUA avançam em agosto. De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (11), os pedidos iniciais de seguro-desemprego nos Estados Unidos somaram 235 mil na semana encerrada em 16 de agosto, número superior ao observado na semana anterior. A média móvel de quatro semanas subiu 4,5 mil solicitações, alcançando 226,25 mil, refletindo leve enfraquecimento no ritmo do mercado de trabalho. Apesar de ainda se manterem em patamar historicamente baixo, os números apontam sinais de moderação na geração de empregos. O indicador é acompanhado de perto pelo Federal Reserve, que utiliza a evolução do mercado de trabalho como insumo relevante para as próximas decisões de política monetária.
EUA pedem ao G7 tarifas sobre petróleo russo vendido a China e Índia. Nesta quinta-feira (11), os Estados Unidos solicitaram ao G7 a imposição de tarifas contra China e Índia pelas compras de petróleo russo. A medida integra a estratégia do governo Trump de ampliar a pressão econômica sobre Moscou, elevando os custos das exportações de energia e buscando forçar avanços em direção a um acordo de paz na Ucrânia. Até agora, as restrições aplicadas pelo Ocidente se concentravam principalmente na União Europeia, mas a proposta americana expande o alcance para outros atores centrais no mercado global de energia, que têm se beneficiado dos descontos praticados pela Rússia desde o início da guerra. A pressão sobre China e Índia reflete a tentativa de Washington de reduzir a margem de manobra de Moscou no comércio internacional, em um momento de intensificação das disputas tarifárias e geopolíticas. Esse movimento adiciona novas incertezas às cadeias globais de energia e aumenta o risco de fragmentação nas relações comerciais, em meio a um cenário já marcado por tensões entre as maiores economias do mundo.
