Overview – 21.11.25

PRINCIPAIS DESTAQUES

  • EUA encerram sobretaxas sobre produtos agrícolas brasileiros
  • IBC-Br recua 0,24% em setembro
  • Boletim Focus aponta inflação de 2025 abaixo do teto da meta pela primeira vez no ano
  • Ata do Fomc sinaliza possibilidade de novo corte de juros em dezembro
  • China mantém LPR estável em novembro
  • Inflação da zona do euro desacelera e fica em 2,1% em outubro.

UM OLHO NO BRASIL
EUA encerram sobretaxas sobre produtos agrícolas brasileiros – Nesta quinta-feira (20), uma ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump retirou as sobretaxas adicionais de 40% aplicadas desde julho sobre determinadas importações agrícolas brasileiras, com efeito retroativo a 13 de novembro. A medida abrange itens como café, carne bovina, frutas, tomates, chá, especiarias e nuts, segundo a lista oficial publicada pelo governo norte-americano, e prevê o processamento de reembolsos para operações tributadas após a data de vigência da isenção. A decisão reverte parcialmente a política tarifária implementada no meio do ano, reduzindo o custo de entrada desses produtos nos Estados Unidos. Entidades do agronegócio avaliam o recuo como um passo relevante na normalização das relações comerciais bilaterais, com potencial de aliviar pressões recentes sobre as exportações brasileiras para o mercado americano.

IBC-Br recua 0,24% em setembro – O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, caiu 0,24% em setembro na comparação com agosto, quando havia registrado alta, segundo a série com ajuste sazonal. No terceiro trimestre, o indicador acumulou retração de 0,89% frente ao trimestre anterior, sinalizando perda de fôlego da atividade na margem. O resultado reforça a leitura de desaceleração gradual da economia em um ambiente de juros elevados, crédito mais restrito e confiança moderada, sugerindo um crescimento mais fraco do PIB caso os dados do fim de ano não indiquem reação.

Fluxo cambial tem saída líquida de US$ 1,219 bilhões na semana – Na semana encerrada em 14 de novembro, o fluxo cambial contratado registrou saída líquida de US$ 1,219 bilhão, segundo dados do Banco Central. No acumulado de 2025 até essa data, o saldo está negativo em US$ 15,688 bilhões, refletindo maior demanda por dólares e o aumento das remessas ao exterior.

Monitor do PIB-FGV indica quase estagnação da economia no terceiro trimestre – Nesta terça-feira (18), o Monitor do PIB-FGV mostrou que a atividade econômica avançou 0,1% no terceiro trimestre em relação ao trimestre anterior, enquanto setembro ficou praticamente estável frente a agosto, na série com ajuste sazonal. Na comparação interanual, o PIB cresceu 1,5% no trimestre e 2,3% em setembro, com alta de 2,5% no acumulado em 12 meses. Os dados apontam desaceleração disseminada, com serviços e consumo das famílias próximos da estabilidade, queda de 0,4% da Formação Bruta de Capital Fixo e investimentos mais moderados. Já o setor externo segue como destaque positivo, com exportações crescendo 7,0% e importações 3,8% na comparação anual do trimestre, ajudando a sustentar a atividade, embora sem reverter a perda de fôlego ao longo de 2025.

Boletim Focus aponta inflação de 2025 abaixo do teto da meta pela primeira vez no ano – Nesta segunda-feira (17), o Boletim Focus do Banco Central mostrou nova revisão baixista para o IPCA de 2025, cuja projeção recuou de 4,55% para 4,46%, voltando a ficar abaixo do teto de 4,5% do sistema de metas pela primeira vez no ano. Com a meta contínua de 3% e banda de 1,5% a 4,5%, o movimento indica menor percepção de risco inflacionário, após a surpresa baixista do IPCA de outubro e em meio à manutenção da Selic em patamar restritivo. As expectativas para 2026 e anos seguintes permaneceram praticamente estáveis, com projeções de crescimento moderado e início apenas gradual do ciclo de corte de juros a partir de 2026.


OUTRO NO MUNDO
Ata do Fomc sinaliza possibilidade de novo corte de juros em dezembro – Nesta quarta-feira (19), foi divulgada a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), mostrando um colegiado dividido sobre os próximos passos da política monetária. Vários dirigentes avaliaram que um novo corte de juros em dezembro poderá ser adequado caso a atividade siga em linha com o cenário base, enquanto outro grupo defendeu a manutenção da taxa básica até o fim do ano. O documento aponta aumento do risco de enfraquecimento do mercado de trabalho, com criação de vagas em ritmo mais lento, e ressalta que a inflação permanece um pouco acima da meta, em um contexto no qual diferentes estudos indicam que as tarifas recentemente adotadas pelos Estados Unidos tendem a manter alguma pressão adicional sobre os preços ao longo de 2025 e 2026. A ata também registra maior atenção às condições financeiras, com alguns membros citando sinais de valorização excessiva de ativos e o risco de correções mais bruscas caso o cenário econômico se deteriore. No mercado monetário, o Fed destacou pressões nas taxas de recompra em ambiente de menor liquidez, que elevaram a taxa efetiva dos Fed Funds. Ainda assim, as projeções macroeconômicas foram mantidas praticamente estáveis, com a autoridade monetária avaliando que a economia americana segue resiliente, porém mais exposta a riscos de baixa para o crescimento e de alta para a inflação.

China mantém LPR estável em novembro – Nesta quinta-feira (20), o Banco Popular da China manteve a Taxa Prime de Empréstimo em 3,0% ao ano para o prazo de um ano e em 3,5% para cinco anos, completando o sexto mês consecutivo de estabilidade. A decisão veio em linha com as expectativas do mercado, após a autoridade monetária ter mantido também a taxa de recompra reversa de sete dias no início do mês. Embora a LPR esteja em mínimas históricas, o impacto sobre a atividade tem sido limitado, o que reforça a avaliação de analistas de que Pequim vem recorrendo com maior frequência a medidas fiscais para sustentar o crescimento. Os dados de outubro continuam apontando uma economia em ritmo moderado, com exportações enfraquecidas e produção e consumo doméstico ainda contidos, mantendo o cenário de recuperação gradual e dependente de suporte adicional.

Inflação da zona do euro desacelera e fica em 2,1% em outubro – Os dados da zona do euro para outubro 2025 mostraram variação mensal de 0,2% e crescimento de 12 meses de 2,1% (ante 2,2% em setembro), conforme estimativa flash da Eurostat. Embora a inflação continue próxima à meta de 2% da ECB, os preços de serviços avançaram cerca de 3,4%. Nesse contexto, o Banco Central Europeu tende a manter a taxa básica estável, avaliando o impacto de seus níveis de juros sobre a atividade.

Déficit comercial dos EUA recua em agosto com queda das importações – Os dados de comércio exterior dos EUA mostraram que o déficit de bens e serviços caiu 23,8 % em agosto, para US$ 59,6 bilhões, superando a expectativa de US$ 61 bilhões. As importações recuaram 5,1 % para US$ 340,4 bilhões, enquanto as exportações avançaram 0,1 % para US$ 280,8 bilhões. Mesmo com a melhora pontual do saldo, o desempenho externo permanece um dos vetores que poderá limitar o crescimento do PIB no terceiro trimestre, em meio a volatilidade originada pela política comercial e pela recente paralisação do governo federal.

Payroll dos EUA registra criação de 119 mil vagas em setembro após paralisação do governo – Nesta quinta-feira (20), o relatório de empregos não agrícolas dos Estados Unidos mostrou criação de 119 mil postos de trabalho em setembro, após a perda revisada de 4 mil vagas em agosto, indicando retomada moderada do mercado de trabalho depois de um shutdown de 43 dias do governo. A taxa de desemprego subiu para 4,4 por cento, o maior nível em quase quatro anos, acima da expectativa de manutenção em 4,3 por cento. O desempenho superou a projeção de 50 mil novas vagas, com destaque para os setores de saúde e assistência social, que responderam por parcela relevante das contratações. Por outro lado, segmentos como transporte, serviços temporários e indústria voltaram a cortar postos. Como a paralisação atrasou a coleta de informações, não haverá um relatório específico para outubro, e parte desses dados será incorporada na divulgação de novembro, o que reduz a visibilidade do Federal Reserve sobre o mercado de trabalho antes da reunião de dezembro.

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