UM OLHO NO BRASIL
Haddad apresenta 25 prioridades para a agenda econômica do governo até 2026. Durante reunião ministerial com o presidente Lula, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou uma lista de 25 prioridades da agenda econômica do governo para 2025 e 2026. Entre as medidas apresentadas, estão a regulamentação da reforma tributária e a ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. A expectativa do governo é de que o projeto da reforma da renda seja enviado ao Congresso Nacional em 2025 para que seja implementado a partir de 2026. Algumas das prioridades apresentadas são: Fortalecer o arcabouço fiscal, para assegurar a expansão do PIB, diminuir o desemprego, manter a inflação baixa e estabilizar a dívida pública; iniciar a implantação da reforma tributária sobre o consumo; limitação dos supersalários; reforma da previdência dos militares; fortalecimento da proteção a investidores no mercado de capitais; e consolidação legal das infraestruturas do mercado financeiro.
Brasil tem déficit de US$ 56 bilhões nas contas externas, maior desde 2019. Segundo relatório de estatística do setor externo do Banco Central divulgado nesta sexta-feira (24), as contas externas do Brasil registraram déficit de US$ 56 bilhões em 2024, o equivalente a 2,55% do PIB, o maior desde 2019, quando o Brasil registrou déficit de R$ 65 bilhões. O resultado representa uma alta superior a 128% na comparação a 2023, quando as contas externas do Brasil registraram déficit de US$24,5 bilhões. Segundo o BC, o aumento de US$31,4 bilhões no déficit no ano passado é resultado da redução de US$26,1 bilhões no superávit da balança comercial e do crescimento de US$9,8 bilhões no déficit de serviços, cujo resultado foi parcialmente compensado pela redução no déficit de renda primária (US$4,1 bilhões) e pelo aumento no superávit de renda secundária (US$367 milhões).
Déficit primário ficou em 0,1% do PIB em 2024, dentro da meta, segundo o IFI. O Instituto Fiscal Independente (IFI), vinculado ao Senado, publicou nesta quinta-feira (23) o relatório de acompanhamento fiscal de janeiro. Segundo o documento, o governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social) teria entregado um déficit primário de 14,5 bilhões de reais no ano passado, equivalente a 0,1% do PIB. Com isso, ficaria dentro da margem de tolerância, que estabelecia uma meta de resultado primário de 0%, com intervalo de 0,25 p.p. do PIB. O IFI ressalta que se trata de uma estimativa baseada nos dados já disponíveis. Os dados oficiais relativos à situação fiscal de 2024 ainda não foram divulgados pelo governo. Segundo o IFI, a projeção de 0,1% do PIB considera os abatimentos de despesas previstos na lei. Sem eles, o Brasil teria fechado com um déficit primário de 0,4%, correspondente a 46,3 bilhões de reais. Para ficar dentro da faixa de tolerância, o governo contou com o pagamento de dividendos das estatais federais no último bimestre de 2024. O IFI estima que essas empresas aportaram 29,1 bilhões de reais aos cofres públicos no período. Outro fator que aliviou as contas foi o pagamento de 92,4 bilhões de reais em precatórios em dezembro de 2023. Como esse montante incluía a antecipação de 32,2 bilhões que deveriam ser pagos em 2024, esse desembolso já era coisa do passado. O IFI também revisou a projeção para a dívida bruta do governo geral (DBGG) ao final de 2024, passando de 78,3% do PIB em estimativa publicada em dezembro, para 77% do PIB na projeção mais recente.
IPCA-15 sobe 0,11%, acima do esperado. De acordo com os dados publicados nesta sexta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, sobe 0,11% em janeiro após avançar 0,34% no mês anterior. Com isso, o indicador subiu 4,50% em 12 meses, abaixo dos 4,71% observados nos 12 meses anteriores. Os dados vieram acima do esperado pelos analistas, que estimavam uma queda de 0,03% na base mensal e uma alta de 4,36% em 12 meses. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em janeiro. No mês, as maiores influências vieram dos grupos de Alimentação e bebidas, que registrou alta de 1,06% e impacto de 0,23 ponto percentual no índice geral, e Transportes, que subiu 1,01% e impactou o indicador em 0,21 p.p.. A única variação negativa foi do grupo Habitação (-3,43% e -0,52 p.p), resultado que ajudou a conter o índice no mês.
OUTRO NO MUNDO
PMI de serviços dos EUA recua para 52,8 em janeiro, menor nível em 9 meses. Dados preliminares da S&P Global desta sexta-feira (24) mostram que o índice de gerentes de compras (PMI) de serviços dos EUA caiu de 56,8 em dezembro para 52,8 em janeiro, abaixo da projeção de 56,6. O PMI industrial subiu de 49,4 para 50,1, superando a estimativa de 49,6. Já o PMI composto, que abrange os setores industrial e de serviços, caiu de 55,4 em dezembro para 52,4 em janeiro, também atingindo o menor nível em nove meses e recuando mais do que o esperado.
Trump toma posse com decretos voltados à energia fóssil e imigração. Donald Trump assumiu nesta segunda-feira (20) como o 47º presidente dos Estados Unidos. Em seu discurso, declarou emergências energética e fronteiriça para ampliar a produção de petróleo e gás, reduzir custos aos consumidores e combater a imigração ilegal. Trump prometeu fortalecer a indústria de combustíveis fósseis, reverter políticas de Joe Biden sobre veículos elétricos, retirar os EUA do Acordo de Paris e da OMS, ações já adotadas em seu 1º mandato. No campo geopolítico, prometeu ser um “pacificador”, mas ameaçou retomar o Canal do Panamá e renomear o Golfo do México como “Golfo dos EUA”. Questionado pela TV Globo sobre o Brasil, afirmou: “Não precisamos deles. Todos precisam de nós”.
PMI composto da zona do euro sobe a 50,2 em janeiro. Dados preliminares da S&P Global e do Hamburg Commercial Bank desta sexta-feira (24) mostram que o PMI composto da zona do euro subiu de 49,6 em dezembro para 50,2 em janeiro, maior nível em cinco meses, superando a previsão de 49 e entrando no campo de expansão. O avanço refletiu a melhora no setor industrial, que subiu de 45,1 para 46,1, maior patamar em oito meses e acima da expectativa de 45,4. Já o setor de serviços caiu de 51,6 para 51,4, queda maior que a previsão de 51,5.
Europa precisa de políticas para reter investimentos, diz presidente do BCE. Durante painel no Fórum Econômico Mundial em Davos, a presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou que a região precisa de mais políticas para evitar que empresas busquem capital “do outro lado do Atlântico”. Ela destacou a necessidade de união do mercado de capitais e bancária, além de outras medidas para manter investimentos e poupança na Europa.
Banco Central da China mantém juros estáveis. O Banco Central da China informou nesta segunda-feira (20) que manteve, pela terceira vez, as principais taxas de juros de referência estáveis. A taxa de empréstimo primário (LPR) de um ano ficou em 3,1%, e a de cinco anos, em 3,6%. A decisão ocorre enquanto o governo sinaliza maior apoio à economia em 2024. Em dezembro, líderes chineses anunciaram uma postura “moderadamente frouxa” na política monetária, levando o mercado a esperar cortes nas taxas ao longo do ano.
Banco do Japão eleva juros para 0,50% e sinaliza novos aumentos. O Banco do Japão (BoJ) anunciou nesta sexta-feira (24) a elevação de sua taxa de juros de 0,25% para 0,50% ao ano, em linha com as expectativas. A decisão ocorre após três reuniões consecutivas sem mudanças na taxa. Assim, a taxa de juros atingiu o nível mais alto desde outubro de 2008. Em comunicado, o BoJ indicou que pode aumentar os juros novamente caso a economia e os preços evoluam como previsto, reafirmando seu compromisso com uma inflação estável de 2% ao ano.