Redução do “tarifaço” de Trump traz alívio parcial, mas competitividade brasileira segue em alerta
18 de novembro de 2025
Por Numo — com análise de Gregório Matias, sócio e consultor de investimentos
Confira a seguir a entrevista completa:
A decisão do governo Donald Trump de reduzir tarifas sobre produtos agrícolas importados — como café, carne, açaí e frutas tropicais — reacendeu o debate sobre os impactos do comércio exterior na economia brasileira. O anúncio, feito no fim da última semana por meio de ordem executiva, representou um recuo parcial do tarifaço imposto desde agosto, que havia elevado em até 50% as tarifas de importação sobre produtos brasileiros.
Para analisar os efeitos dessa mudança, Gregório Matias, mestre em Economia e consultor de investimentos da Numo participou do programa O Povo no Rádio em 17 de novembro e conversou com a jornalista Juliana Brito. Segundo Gregório, embora o corte das tarifas represente uma melhora frente ao cenário recente, o impacto imediato para o Brasil tende a ser neutro — e marcado por desafios competitivos.
Impacto inicial: melhora relativa, mas longe de ser vantagem clara
Gregório explica que o alívio tarifário é importante, mas não suficiente para colocar o Brasil em posição privilegiada no mercado norte-americano.
“Por exemplo, pega o caso do café, nosso café continua com 40%, é melhor que 50%, mas tinha outros países que foram para zero, justamente porque fizeram alguns acordos diretos, enfim, e acabaram sendo melhor beneficiados”, aponta. Ou seja: melhoramos em relação a nós mesmos, mas pioramos em relação à concorrência.
Assim, alguns setores podem até ganhar espaço, mas outros tendem a perder competitividade, já que a concorrência com países que receberam reduções maiores pode se intensificar.
Por que Trump recuou? Pressão popular e aumento de preços
Para Gregório, o motivo da decisão foi essencialmente político. O tarifaço havia encarecido produtos consumidos diariamente pelos americanos, gerando forte insatisfação interna.
“Quando a gente pega o americano médio, o americano, enfim, o de classe média, ele sente mais isso no que consome diariamente, café, carne, enfim, os produtos alimentícios, suco de laranja. Os produtos alimentícios, que foram justamente esses que eu ponho entre aspas aí os beneficiados com essa redução, entendeu? Então, foi resposta, eu diria, à insatisfação popular que o Tarifaço causou, principalmente pelo aumento de preço”, afirma.
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