Overview – 09.05.25

PRINCIPAIS DESTAQUES
IPCA sobe 0,43% em abril;
Copom eleva a taxa Selic para 14,75% a.a.;
Produção industrial do Brasil cresce 1,2% em março;
Fed mantém juros inalterados entre 4,25% e 4,5% a.a.;
PMI composto da zona do euro recua para 50,4 em abril;
Exportações da China sobem 8,1% em abril, superando expectativas.

UM OLHO NO BRASIL

IPCA sobe 0,43% em abril. Conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (09), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,43% em abril, desacelerando após 0,56% em março. Com o resultado, o indicador acumula alta de 2,48% no ano e de 5,53% nos últimos 12 meses. No mês, oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram alta em seus preços, com exceção do grupo Transportes. Saúde e cuidados pessoais apresentou a maior variação (1,18% e 0,16 p.p.) e Alimentação e bebidas exerceu o maior impacto, 0,18 p.p., ao variar 0,82%, desacelerando após 1,17% em março. O grupo Transportes, por sua vez, recuou 0,38%, influenciado pela queda da passagem aérea (-14,15%) e dos combustíveis (-0,45%).

Copom eleva a taxa Selic para 14,75% a.a.. Nesta quarta-feira (07), o Copom optou, em unanimidade, por elevar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, para 14,75% ao ano, a maior taxa desde julho de 2006. A decisão foi acompanhada de um comunicado de tom firme, em que o Banco Central apontou que tanto a questão tarifária norte-americana quanto a questão fiscal doméstica têm impactado os preços dos ativos e contribuído para o aumento das expectativas de inflação. No cenário interno, embora haja sinais de moderação no ritmo da atividade econômica, o núcleo da inflação permanece elevado de maneira persistente, o que reforça a necessidade de uma política monetária restritiva. O Copom revisou as expectativas para a inflação medida pelo IPCA para 4,8% em 2025 e 3,6% em 2026, valor que se situa dentro da banda de tolerância da meta.

Produção industrial do Brasil cresce 1,2% em março. O IBGE divulgou, nesta quarta-feira (07), que a produção industrial cresceu 1,2% em março, após ficar em estabilidade em fevereiro, na série com ajuste sazonal. O resultado ficou acima das previsões de analistas, que apontavam aumento de 0,3%. Em relação a março de 2024, a produção industrial subiu 3,1%, o décimo resultado positivo seguido. Segundo o IBGE, a produção subiu 3,1% no acumulado em 12 meses. Na passagem de fevereiro para março, três das quatro grandes categorias econômicas e 16 dos 25 ramos industriais pesquisados mostraram avanço na produção. Os destaques positivos ficaram com produtos farmoquímicos e farmacêuticos (13,7%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (4,0%).

Brasil tem fluxo cambial positivo de US$ 7,220 bilhões em abril. De acordo com dados preliminares publicados nesta quarta-feira (07) pelo Banco Central, o Brasil fechou o mês de abril com fluxo cambial total positivo de US$ 7,220 bilhões. O movimento foi puxado pela via comercial, que apresentou saldo positivo de US$ 8,185 bilhões. Pelo canal financeiro, houve saídas líquidas de US$ 965 milhões. Na semana compreendida entre os dias 28 de abril e 02 de maio, o fluxo cambial total foi positivo em US$ 4,744 bilhões. Já no acumulado do ano até 02 de maio, o Brasil registra fluxo cambial total negativo de US$ 8,599 bilhões.

Empresas em Recuperação Judicial sobem 6,9% no 1º trimestre de 2025. Segundo levantamento da consultoria RGF & Associados, o número de empresas em Recuperação Judicial no Brasil aumentou 6,9%, passando de 4.568 em dezembro de 2024 para 4.881 em março de 2025. Durante este período, 203 empresas saíram da recuperação, sendo que 80% retomaram suas operações sem supervisão judicial. Apenas 2% das empresas foram encerradas ou suspensas por pendências, e 18% faliram. As principais causas do aumento incluem as elevadas taxas de juros e problemas de gestão, especialmente no setor agroindustrial. Rodrigo Gallegos, especialista da RGF, prevê que o número de reestruturações seguirá crescendo ao longo de 2025, reflexo da desaceleração econômica e dos desafios de setores intensivos em capital. O monitoramento, baseado em dados públicos, analisa 2,1 milhões de empresas e exclui microempresas, ONGs, entidades governamentais e filiais.

OUTRO NO MUNDO

Fed mantém juros inalterados entre 4,25% e 4,5% a.a.. Nesta quarta-feira (07), o Federal Reserve decidiu, pela terceira vez consecutiva, manter a taxa de juros no intervalo de 4,25% a 4,50% ao ano. A decisão, que foi unânime, já era amplamente esperada pelo mercado. Em comunicado, o banco central americano afirmou que o mercado de trabalho segue sólido e a economia continua crescendo em ritmo consistente. No entanto, alertou para o aumento dos riscos de inflação e desemprego desde a última reunião, em meio às incertezas da política econômica atual dos EUA. Após o encontro, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que os efeitos das tarifas ainda não apareceram nos dados e são difíceis de mensurar. “Há uma decisão clara de esperar, ver e observar. Quando as coisas se desenvolverem, podemos agir rápido se for apropriado”, afirmou. Ele reforçou ainda que “os pedidos do governo não afetam em nada o nosso trabalho e nossas decisões”, destacando a independência da instituição.

Trump anuncia acordo comercial com o Reino Unido. O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (8) um acordo “completo e abrangente” com o Reino Unido, que prevê a redução de tarifas sobre automóveis, aço e alumínio britânicos. Em troca, o Reino Unido se comprometeu a ampliar a compra de carne bovina dos EUA e a simplificar o processo alfandegário para produtos americanos. Segundo a Casa Branca, o acordo pode gerar um aumento de US$ 5 bilhões no comércio bilateral, incluindo mais de US$ 700 milhões em exportações de etanol e US$ 250 milhões em produtos agrícolas, além de facilitar o acesso de produtos americanos ao mercado britânico. O Secretário de Comércio, Howard Lutnick, afirmou que as tarifas básicas de 10% serão mantidas. Já autoridades britânicas disseram que a tarifa de 27,5% sobre automóveis será reduzida para 10% dentro de uma cota de 100 mil veículos, e os impostos sobre aço e alumínio, atualmente em 25%, serão eliminados. Apesar do avanço, o embaixador britânico nos EUA afirmou que o acordo “não é o fim”, mas “apenas o começo” das negociações. Trump reforçou que os detalhes ainda estão sendo definidos, mas espera concluir o processo “nas próximas semanas”.

PMI composto da zona do euro recua para 50,4 em abril. Divulgado nesta terça-feira (06) pela S&P Global em parceria com o Hamburg Commercial Bank, o índice de gerente de compras (PMI) composto da zona do euro caiu de 50,9 em março para 50,4 em abril. O PMI de serviços recuou de 51,0 para 50,1, atingindo o menor nível em cinco meses. Por outro lado, o PMI industrial subiu de 48,6 para 49, o maior patamar em 32 meses. Apesar dos sinais mistos, a pesquisa aponta que a economia da região segue com crescimento fraco, afetada pela deterioração da demanda.

Vendas no varejo da zona do euro caem 0,1% em março. Conforme dados publicados nesta quarta-feira (07) pela Eurostat, as vendas do varejo na zona do euro recuaram 0,1% em março, após alta de 0,2% em fevereiro. O resultado veio abaixo do esperado pelos analistas, que estimavam alta de 0,1%. Ante março de 2024, houve um aumento de 1,5% nas vendas varejistas. A queda reflete a cautela dos consumidores diante das incertezas geradas pelas tarifas comerciais dos EUA, o que levou à redução dos gastos no fim do primeiro trimestre.

PMI de serviços da China cai ao menor nível em 7 meses. Dados divulgados nesta terça-feira (06) pela S&P Global em parceria com o Caixin mostram que o PMI de serviços da China recuou de 51,9 em março para 50,7 em abril, o menor nível em sete meses. O resultado foi afetado por tarifas mais altas que interromperam o comércio e reduziram o ritmo de novos negócios, com o crescimento mais lento em 28 meses. A confiança entre os prestadores de serviços caiu ao segundo menor nível desde o início da série, em novembro de 2005, diante de incertezas sobre mudanças nas políticas comerciais. O setor também registrou queda no emprego pelo segundo mês seguido, a quarta em cinco meses. O dado do Caixin acompanha o PMI oficial não manufatureiro, que recuou de 50,8 para 50,4 em abril.

Exportações da China sobem 8,1% em abril, superando expectativas. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (09) pela Administração Geral de Alfândegas, as exportações da China cresceram 8,1% em abril na comparação anual, apesar das tarifas impostas pelos EUA. O resultado superou a projeção de alta de 2,5%, embora tenha desacelerado frente ao avanço de 12,4% em março. As importações caíram 0,2% em relação ao ano anterior, melhor do que o recuo de 5,5% esperado e a queda de 4,3% registrada em março. O superávit comercial do país somou US$ 96,18 bilhões em abril, abaixo dos US$ 102,64 bilhões de março e dos US$ 97,6 bilhões estimados para o mês.

Compartilhar

Confira outros artigos

PRINCIPAIS DESTAQUESIPCA sobe 0,43% em abril;Copom eleva a taxa Selic para 14,75% a.a.;Produção industrial do Brasil cresce 1,2% em março;Fed

Conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (09), o Índice Nacional de Preços ao

A chamada “Super Quarta” marca o dia em que coincide de ocorrer decisão sobre a taxa de juros no Brasil