PRINCIPAIS DESTAQUES
Brasil abre 149 mil vagas de emprego em maio, diz Caged;
Preços ao produtor do Brasil têm em maio maior queda em quase 2 anos;
Dívida Bruta chega a R$ 9,3 trilhões e supera 76,1% do PIB;
EUA surpreendem e criam 147 mil vagas de emprego em junho;
Inflação da zona do euro subiu ligeiramente em junho e fica em linha com a meta;
Atividade econômica da China apresenta sinais mistos, aponta PMI Caixin.
UM OLHO NO BRASIL
Preços ao produtor do Brasil têm em maio maior queda em quase 2 anos. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta sexta-feira (04) que o Índice de Preços ao Produtor (IPP) caiu 1,29% em maio, intensificando a deflação registrada no mês anterior, quando o IPP recuou 0,12% (dado revisado). Esse foi o maior recuo mensal desde junho de 2023. Segundo o IBGE, a deflação foi causada principalmente pela queda nos preços de commodities como soja e cana-de-açúcar e pela valorização do real frente ao dólar, o que reduziu os custos de produção em diversos setores. Entre as 24 atividades analisadas, o IBGE apontou que 17 apresentaram queda de preços, com as maiores influências sendo exercidas por alimentos (-0,34 p.p.), refino de petróleo e biocombustíveis (-0,28 p.p.), outros produtos químicos (-0,26 p.p.) e metalurgia (-0,23 p.p.).
Brasil abre 149 mil vagas de emprego em maio, diz Caged. Segundo os dados do Cadastro-Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) divulgados nesta segunda-feira (30) pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o Brasil abriu 149 mil vagas formais de trabalho em maio. O saldo resulta de 2,25 milhões de contratações e 2,10 milhões de demissões e representa um aumento de 7% em relação ao mesmo mês de 2024, quando foram criados cerca de 139,5 mil empregos com carteira assinada. Em maio, o salário médio de admissão foi de R$ 2.248,71. No acumulado do ano, foram criados 1,05 milhão de empregos. Nos últimos 12 meses, o acumulado é de 1,62 milhão de vagas. Todos os cinco principais grupos de trabalho registraram saldo positivo em maio, com destaque para o setor de serviços, com 70 mil postos criados, seguido por comércio (23 mil), indústria (21 mil), agropecuária (17 mil) e construção (16 mil).
Dívida Bruta chega a R$ 9,3 trilhões e supera 76,1% do PIB. Segundo dados publicados nesta segunda-feira (30) pelo Banco Central, a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), que compreende o Governo Federal, o INSS e os governos estaduais e municipais, atingiu 76,1% do PIB em maio de 2025, o que equivale a R$9,3 trilhões. O resultado representa um aumento de 0,2 p.p. do PIB em relação ao mês anterior, decorrente sobretudo dos juros nominais apropriados (+0,8 p.p.) e da variação do PIB nominal (-0,6 p.p.). No ano, a DBGG teve redução de 0,4 p.p. do PIB, em função do crescimento do PIB nominal (-2,7 p.p.), dos resgates líquidos de dívida (-1,0 p.p.), do efeito da valorização cambial (-0,3 p.p.) e da incorporação de juros nominais (+3,7 p.p.). Já a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) atingiu 62,0% do PIB, refletindo os impactos dos juros nominais apropriados (+0,8 p.p.), do déficit primário (+0,3 p.p.), do efeito da desvalorização cambial de 0,8% no mês (-0,1 p.p.) e da variação do PIB nominal (-0,5 p.p.).
Produção industrial cai 0,5% em maio, conforme esperado. O IBGE divulgou nesta quarta-feira (02), que a produção industrial brasileira recuou 0,5% em maio, marcando a segunda queda consecutiva no setor. O desempenho confirma a perda de fôlego da indústria, que já havia registrado retração de 0,2% em abril, após três meses de alta. Em relação a maio de 2024, houve um avanço de 3,3%, em linha com as expectativas dos analistas. “O resultado negativo deste mês não apenas intensifica o ritmo de perda em relação ao mês anterior, mas também elimina parte do ganho de 1,5% acumulado nos três primeiros meses do ano, comparado ao patamar de dezembro de 2024”, afirmou André Macedo, gerente da pesquisa. Dos 25 ramos industriais analisados, 13 apresentaram queda. Entre as categorias econômicas, tiveram quedas bens de consumo duráveis (-2,9%), bens de capital (-2,1%) e bens de consumo semi e não duráveis (-1,0%).
PMI de serviço do Brasil cai a 49,3 em junho. Conforme dados publicados pela S&P Global nesta quinta-feira (03), o PMI do setor de serviços do Brasil caiu de 49,6 pontos em maio para 49,3 em junho, permanecendo abaixo dos 50 pontos pelo terceiro mês consecutivo. Segundo a S&P Global, os principais fatores apontados na pesquisa foram os altos custos dos empréstimos, condições fracas de demanda e queda no volume de novos pedidos. Já o PMI industrial caiu para 48,3 em junho após 49,4 em maio, marcando o pior resultado desde julho de 2023. A queda refletiu a diminuição da produção e do volume de novos pedidos, com destaque negativo para a redução na criação de empregos no setor. A S&P destacou que os custos financeiros elevados e a fraqueza da demanda interna foram fatores importantes para o desempenho negativo da indústria. O PMI composto, que agrega os setores de indústria e serviços, também recuou, passando de 49,1 em maio para 48,7 em junho, atingindo o nível mais baixo desde janeiro de 2025. A leitura indica contração da atividade econômica geral no setor privado pelo terceiro mês consecutivo.
OUTRO NO MUNDO
PMI de serviços dos EUA cai a 52,9 em junho. Conforme pesquisa final divulgada pela S&P Global, nesta quinta-feira (03), o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços dos EUA caiu de 53,7 em maio para 52,9 em junho, ficando abaixo da leitura preliminar de 53,1. No entanto, o dado ficou acima da previsão de analistas, que estimavam alta a 50,9. Já o PMI industrial, subiu de 52,0 pontos em maio para 52,9 em junho e alcançou o maior nível desde maio de 2022. O PMI composto, por sua vez, recuou marginalmente no mesmo período, de 53 para 52,9, mas superou a leitura preliminar, de 52,8. Apesar das quedas, os números se mantiveram acima de 50 e sinalizam expansão da atividade econômica.
EUA surpreendem e criam 147 mil vagas de emprego em junho. Segundo dados do payroll divulgado nesta quinta-feira (03) pelo Departamento do Trabalho do país, os Estados Unidos criaram 147 mil vagas de emprego em junho, acima da previsão de 110 mil novos postos de trabalho no mês e da criação de 144 mil vagas em maio. A taxa de desemprego foi de 4,1% em junho, abaixo dos 4,2% registrados no mês anterior e da projeção de 4,3%. O número de desempregados no país fechou o mês em 7 milhões. Acerca dos rendimentos, os ganhos médios por hora do trabalhador norte-americano foram de US$ 36,30, uma alta de 0,2% na comparação mensal e de 3,7% em relação ao mesmo mês de 2024.
Em reunião, presidentes de bancos centrais defendem uma política monetária mais cautelosa. Durante o fórum anual do Banco Central Europeu (BCE) em Sintra, Portugal, os principais dirigentes de bancos centrais globais defenderam uma postura mais cautelosa na condução da política monetária, reconhecendo o atual cenário de incertezas econômicas. Jerome Powell (Fed), Christine Lagarde (BCE), Kazuo Ueda (BoJ), Andrew Bailey (BoE) e Rhee Chang Yong (BoK) destacaram que, apesar das diferentes fases econômicas em que cada país se encontra, há consenso sobre a necessidade de prudência. As declarações que mais repercutiram nos preços dos ativos vieram de Powell, ao afirmar que, se não fosse pelos efeitos econômicos gerados pelas tarifas impostas pelo governo Trump, o Fed já poderia ter iniciado cortes nos juros. “Se você ignorar as tarifas por um segundo, a inflação está se comportando exatamente como esperávamos e tínhamos esperanças de acontecer”, disse Powell. O presidente do Fed reiterou ainda que segue aguardando novos dados antes de qualquer decisão. Lagarde destacou que o BCE atingiu a meta de inflação, mas defendeu a continuidade da vigilância. Ueda, do BoJ, avaliou que os juros ainda estão abaixo do nível neutro e que o cenário segue incerto. Bailey, do BoE, reconheceu fraquezas na economia britânica, especialmente no mercado de trabalho, e adotou um tom mais rígido, afirmando que a política monetária segue restritiva, mas com tendência de suavização gradual. Apesar das diferenças entre os bancos, prevaleceu a percepção comum de que o cenário global ainda exige decisões fundamentadas em dados e calibradas com cautela.
União Europeia está pronta para acordo comercial com os EUA, diz chefe da Comissão Europeia. Em coletiva de imprensa na Dinamarca, nesta quinta-feira (03), a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a União Europeia está “pronta” para selar um acordo com os Estados Unidos para evitar uma guerra comercial. “Queremos uma solução negociada”, disse Von der Leyen. “Estamos buscando um acordo de princípio”, mencionou a presidente ao ser questionada se a UE deseja um breve acordo com os EUA antes do prazo de 9 de julho, quando os países enfrentarão tarifas mais altas. A presidente da Comissão disse que o passo inicial era estabelecer um entendimento básico e depois passar para os detalhes, argumentando que chegar a um acordo detalhado sobre esse comércio antes de 9 de julho seria uma tarefa “impossível”. Apesar de reforçar o interesse da UE em negociar uma solução para as divergências, Von der Leyen observou que “ao mesmo tempo, estamos preparados para a possibilidade de chegar a um acordo satisfatório”. Caso a nova política comercial dos EUA entre em vigor, a UE pretende aplicar tarifas punitivas sobre produtos americanos no valor aproximado de US$ 115 bilhões.
Taxa de desemprego da zona do euro sobe a 6,3% em maio. Segundo dados com ajustes sazonais publicados pela Eurostat, nesta quarta-feira (02), a taxa de desemprego da zona do euro subiu para 6,3% em maio ante 6,2% em abril. O resultado de maio veio acima da expectativa dos analistas, que previam manutenção da taxa em 6,2%. Conforme a Eurostat, havia 10,83 milhões de desempregados na zona do euro em maio.
BCE está cauteloso com aumento da incerteza no comércio global. O Banco Central Europeu publicou nesta quinta-feira (03) a ata de sua reunião ocorrida entre os dias 3 e 5 de junho, ocasião em que a autoridade monetária resolveu cortar as taxas de juros pela oitava vez consecutiva, para 2% ao ano. No documento, o BCE afirma que a decisão de reduzir os juros teve como objetivo evitar um aperto injustificado das condições monetárias diante da elevada incerteza em relação ao comércio. Contudo, sinalizou uma pausa no ciclo de afrouxamento monetário tendo em vista que a inflação já convergiu à meta de 2% e a política comercial dos Estados Unidos ainda gera muitas incertezas. “A incerteza comercial elevada provavelmente prevalecerá por algum tempo e poderá se ampliar e se intensificar”, disse o BCE. Neste momento, os investidores apostam na manutenção dos juros no atual patamar no encontro deste mês, projetando apenas mais um corte em 2025 e início de aperto monetário no final de 2026.
Inflação da zona do euro subiu ligeiramente em junho e fica em linha com a meta. De acordo com dados preliminares divulgados pela Eurostat nesta terça-feira (01), a inflação ao consumidor da zona do euro subiu a taxa anualizada de 2% em junho, acelerando após avançar 1,9% em maio. Com o resultado, a inflação do bloco ficou em linha com as estimativas dos analistas e conforme a meta de 2%. O núcleo do indicador, que desconsidera os preços de energia e de alimentos, apresentou alta anual de 2,3% em junho, repetindo a variação de maio e vindo também em linha com o esperado.
Atividade econômica da China apresenta sinais mistos, aponta PMI Caixin. Os dados publicados nesta quarta-feira (02) pela S&P Global em parceria com o PMI Caixin, indicam dinâmicas distintas entre os setores de serviços e manufatura. O PMI industrial registrou um crescimento inesperado em junho ao avançar para 50,4, superando as expectativas de 49,2 e apresentando um aumento em relação aos 48,3 registrados no mês anterior. O resultado foi impulsionado por melhorias nas condições comerciais e ações promocionais que elevaram o volume de novos pedidos, apesar da demanda externa ainda fraca devido às tarifas dos EUA. Já o PMI do setor de serviços mostrou desaceleração, caindo de 51,1 para 50,6, abaixo das expectativas dos analistas, que previam desaceleração a 51,0. Segundo a pesquisa, a queda refletiu o enfraquecimento da demanda doméstica e externa, afetada especialmente pela redução nas exportações em meio à desaceleração do crescimento global. Apesar disso, o setor de serviços segue em expansão há 30 meses consecutivos. Os dados evidenciam um cenário econômico chinês desigual, com a indústria sinalizando leve recuperação e os serviços perdendo fôlego, ambos sob a influência de fatores internos e das tensões comerciais internacionais.
