IPCA-15

Divulgado nesta terça-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, subiu 0,04% em junho. O valor ficou acima das expectativas de mercado, que projetavam um indicador de 0,01% no mês, segundo o consenso Refinitiv. O dado manteve a tendência de desaceleração na comparação com o mês anterior, quando ficou em 0,51% para maio. Em junho de 2022, o IPCA-15 foi de 0,69%.

No acumulado dos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 3,40%, abaixo dos 4,07% observados nos 12 meses até maio. Para essa janela de tempo, o consenso dos analistas estava em 3,39%.

Fonte: Elaboração equipe técnica LEMA com base nos dados do SIDRA/IBGE

Ao observarmos o dado cheio, o IPCA-15 de junho apresentou uma tendência de desaceleração, refletindo o impacto dos preços de alimentos e combustíveis. Os núcleos de inflação mostraram deflação lenta, enquanto os preços dos serviços permaneceram resilientes. Apesar disso, os economistas avaliam que a leitura qualitativa do indicador foi positiva, embora os núcleos sob maior observância do Copom tenham apresentado alguma piora.

Dentre as atividades pesquisadas, seis dos nove grupos registraram alta no mês de junho. O destaque foi para o grupo de Habitação, que teve a maior variação (0,96%) e o maior impacto (0,14 p.p.), resultante da manutenção das taxas de água e esgoto, além da conta de luz residencial em algumas das regiões pesquisadas. Por outro lado, transportes (-0,55%) e Alimentação (-0,51%), registraram deflação, principalmente devido à queda nos preços dos combustíveis e produtos agropecuários.

Fonte: Elaboração equipe técnica LEMA com base nos dados do SIDRA/IBGE

A leitura mais positiva do dado em junho também é incorporada à baixa variação da média dos núcleos, que ficou em 0,32%, onde são desconsiderados os preços de itens de maior volatilidade. Além disso, destacam-se as reduções no índice de dispersão (de 64,31% para 50,68%) e nos preços livres, que ficou próximo de zero (0,07%).

Porém, o mercado ainda segue atento ao fato de os núcleos de inflação do Banco Central permanecerem em patamar resiliente. Em 12 meses, os núcleos acumularam alta de 6,2%, indicando que a inflação segue um movimento lento de desaceleração. Associado a esse fator, o setor de serviços, que representa 30% do IPCA, vem sendo pressionado pelo mercado de trabalho aquecido e permanece com o acúmulo de 6,1% em 12 meses.

Dados inflacionários rodando em desaceleração associados a boas perspectivas para os indicadores de inflação abrem espaço para o Copom iniciar o afrouxamento monetário em sua reunião de agosto. Deve contribuir para isso a decisão de manutenção da meta de inflação de 3% pelo Conselho Monetário Nacional que será discutida na reunião desta quinta-feira (29).

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