Overview – 25.04.25

PRINCIPAIS DESTAQUES

IPCA-15 sobe 0,43% em abril, pressionado por alimentos e serviços;
Banco Central adota tom cauteloso em reuniões do FMI e Banco Mundial;
Governo alerta para risco de colapso fiscal a partir de 2027;
Sentimento do consumidor nos EUA cai ao menor nível desde 1990.
PMIs da zona do euro indicam estagnação da atividade em abril;
China anuncia novo pacote de estímulos para enfrentar tarifas dos EUA.

UM OLHO NO BRASIL

IPCA-15 sobe 0,43% em abril, mas alimentos pressionam. O IPCA-15 subiu 0,43% em abril, desacelerando frente à alta de 0,64% registrada em março, segundo o IBGE. Em 12 meses, o índice avançou para 5,49%, acima dos 5,26% do período anterior. O grupo Alimentação e Bebidas foi o principal responsável pela alta no mês (+0,61%), com destaque para o tomate (+32,7%). O grupo Habitação recuou 0,10%, refletindo a queda no preço da energia elétrica. Sete dos nove grupos pesquisados registraram alta, indicando pressões inflacionárias persistentes nos alimentos e serviços.

Banco Central adota tom cauteloso em reuniões do FMI e Banco Mundial. Durante as Reuniões de Primavera em Washington, representantes do Banco Central do Brasil, liderados por Gabriel Galípolo, destacaram a persistência da inflação de serviços e o ambiente externo desafiador. O BC indicou que o futuro da Selic, atualmente em 14,25% ao ano, dependerá da evolução dos dados econômicos até a reunião de maio, mantendo a política monetária dependente dos próximos indicadores.

Superávit comercial recua com aumento das importações. Até a terceira semana de abril, o superávit comercial do Brasil foi de US$ 4,56 bilhões, uma queda de 8,4% em relação a 2024. As exportações somaram US$ 18,86 bilhões (+5,3%), enquanto as importações avançaram para US$ 14,30 bilhões (+10,5%). No acumulado de 2025, o superávit chega a US$ 14,54 bilhões. Destaques nas exportações: milho (+147%), café (+45,6%) e produtos industriais (+10,8%). Já a indústria extrativa recuou (-6,9%) e as importações de medicamentos e fertilizantes dispararam.

Governo alerta para risco fiscal a partir de 2027. Ao enviar a LDO de 2026 ao Congresso, o governo federal alertou que, sem novas medidas de ajuste, poderá faltar dinheiro para honrar despesas obrigatórias a partir de 2027. As despesas devem alcançar R$ 2,29 trilhões em 2026 e quase R$ 3 trilhões em 2029, pressionando o espaço fiscal e reforçando a necessidade de reformas.

BC inicia rolagem de US$ 18,4 bilhões em swaps cambiais. O Banco Central anunciou, em 23 de abril, o início da rolagem de US$ 18,4 bilhões em contratos de swap cambial com vencimento em 3 de junho. O objetivo é manter a liquidez e reduzir a volatilidade no mercado de câmbio. Os leilões diários começam em 28 de abril.

OUTRO NO MUNDO

Pedidos de auxílio-desemprego sobem nos EUA. Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos aumentaram em 6.000 na semana encerrada em 19 de abril, totalizando 222.000 solicitações. O resultado ficou levemente acima das expectativas do mercado e indica uma leve perda de fôlego no mercado de trabalho norte-americano, que vinha mostrando sinais de resiliência nas últimas leituras. (Fonte: Departamento do Trabalho dos EUA)

Estoques de petróleo sobem menos que o esperado nos EUA. Os estoques de petróleo nos Estados Unidos aumentaram em 244 mil barris na semana encerrada em 18 de abril, totalizando 443,10 milhões de barris. O resultado ficou abaixo da expectativa do mercado, que projetava uma alta de aproximadamente 600 mil barris, indicando uma demanda mais firme do que o previsto. (Fonte: EIA – Energy Information Administration)

Sentimento do consumidor nos EUA atinge menor nível desde 1990. O índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan caiu para 52,2 em abril, marcando uma queda de 32% desde janeiro e atingindo o menor nível desde a recessão de 1990. A deterioração é atribuída principalmente às incertezas geradas pelas políticas comerciais agressivas do ex-presidente Donald Trump, que desencadearam temores de inflação e volatilidade nos mercados financeiros. As expectativas de inflação para os próximos 12 meses aumentaram para 6,5%, o maior nível desde 1981. (Fonte: ​The Guardian)

Empresas americanas revisam projeções devido a tarifas. Grandes corporações, como Procter & Gamble, PepsiCo e LG, reduziram suas projeções de lucros e alertaram sobre aumentos iminentes de preços em produtos de consumo devido às tarifas impostas pelo presidente Trump. As empresas enfrentam desafios para ajustar suas cadeias de suprimentos e planejam cortes de custos e ajustes de preços para compensar os impactos. ​(Fonte: New York Post)

Estimativas do PIB dos EUA apontam para contração no primeiro trimestre. A estimativa do modelo GDPNow do Federal Reserve de Atlanta para o crescimento do PIB real no primeiro trimestre de 2025 é de -1,5% em 24 de abril, indicando uma possível contração econômica em termos anuais. ​

PMIs da zona do euro indicam estagnação em abril. Os índices de atividade da zona do euro divulgados em 23 de abril mostraram sinais mistos. O PMI composto recuou para 50,1 em abril, indicando estagnação da atividade econômica. O PMI de serviços caiu de 51,5 para 49,7, voltando ao território de contração, enquanto o PMI industrial subiu de 46,1 para 48,7, mostrando leve melhora, mas ainda em nível negativo. O desempenho reflete a fraqueza da demanda e o impacto das incertezas comerciais globais, com o setor de serviços, antes motor do crescimento, agora também registrando perda de força. (Fonte: S&P Global, Reuters)

Confiança empresarial na zona do euro atinge menor nível desde 2020. O otimismo entre as empresas de serviços da zona do euro despencou em abril, com o índice de perspectivas de negócios caindo para 53,1, o menor nível desde meados de 2020. A confiança do consumidor também recuou, refletindo as preocupações com as tensões comerciais e a desaceleração econômica. (Fonte: ​Reuters)

China anuncia medidas para mitigar impacto de tarifas dos EUA. Em reunião do Politburo realizada em 25 de abril, o governo chinês prometeu apoiar empresas e trabalhadores afetados pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos. As medidas incluem aceleração na emissão de títulos, flexibilização da política monetária e aumento do reembolso de fundos de seguro-desemprego para empresas em dificuldades. Além disso, estão previstos cortes direcionados nas taxas de juros e nos requisitos de reserva bancária, bem como estímulos ao consumo no setor de serviços. Apesar do crescimento sólido de 5,4% no PIB do primeiro trimestre, persistem preocupações com uma possível desaceleração econômica devido às crescentes tensões comerciais com os EUA. ​(Fonte: Reuters)

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